Humberto Lago

Acabei de comprar um produto de higiene pessoal, o qual diminuiu de preço. Admirado, fui olhar onde foi fabricado: Argentina. É sabido que os irmãos argentinos estão passando por uma crise econômica e sua moeda está enfraquecida.

O fato concreto, no entanto, é que houve uma diminuição de preço a qual acabou chegando ao consumidor final, no nosso país. Chamo isso de ética; de respeito ao cliente; de contenção da ação de intermediários ambiciosos!

A cartela contendo 30 ovos, adquirida no supermercado, continha cerca de 20% de produtos com tamanho diferenciado e bem menor. Considero isso muito triste e um desrespeito ao cliente. Entendo que essa foi uma atitude consciente e que o produtor não tem ética nos negócios. Esses são costumeiramente chamados de espertos, como se os outros fossem tolos.

Percebeu o contraste entre as duas empresas acima citadas? Existe um verdadeiro abismo entre essas organizações, quanto ao conceito de qualidade, quanto a preços justos e quanto ao respeito ao cliente. A busca desenfreada do lucro transformou a postura de alguns, contaminando suas prioridades e até sua ética.

Os jornais da semana passada anunciaram que uma indústria elétrica de Santa Catarina experimentou um crescimento de 42,5% no lucro do terceiro trimestre deste ano em comparação com o ano anterior. Deve ser ressaltado que as receitas cresceram apenas 27,6% enquanto o lucro avançou 42,5%. Ou seja, a boa gestão trouxe ganhos expressivos aos acionistas. A propósito, como está o desempenho dos gestores de sua empresa?

Também identifiquei, há poucos dias, que uma empresa gaúcha está produzindo alguns produtos residenciais elétricos com 10 (dez) anos de garantia. Repito: com 10 anos de garantia. Garantir a qualidade e o desempenho do seu produto por uma década é para poucos! Contudo, isso está ocorrendo aqui no nosso país! Visão admirável desses empresários e gestores.

Você conhece alguma firma que está preocupada, de forma constante, em baixar o preço final de seus produtos e/ou serviços? Bom seria se este tema estivesse presente na agenda das grandes organizações do país.

A prioridade dos empresários deveria ser a fixação de preços justos, de modo a remunerar o investimento feito. Explorar os clientes com preços abusivos é um engano estratégico, o qual cedo ou tarde será percebido e punido pelo mercado.

Felizes são as organizações que confessam que o cliente é seu principal ativo; que têm um relacionamento permanente e respeitoso com todos eles; que a honestidade e confiança são princípios fundamentais e irremovíveis. Agindo assim, cria-se uma admirável e virtuosa atmosfera de negócios. Esta é uma visão de longo prazo e correta; válida para épocas de crescimento e crise.

Convido-o a pensar neste assunto. Precisamos evoluir em nossos conceitos e valores para sermos melhores gestores. E que Deus nos acompanhe nesse processo de mudanças.

sicoob

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