Foto: Canal Rural Mato Grosso

Produtores de soja em Jaciara, região sudeste de Mato Grosso, contabilizam os prejuízos causados pela chuva de granizo que caiu há uma semana na região.

Em algumas propriedades a estimativa é de que a perda na produtividade possa chegar a 40%.

Cerca de 200 hectares dos 1.260 destinados à soja nesta safra na propriedade da agricultora Ondina Inez Botton foram atingidos pela tempestade de granizo.

“Duzentos hectares mais ou menos que as pedras pegaram. Uns 70 com pedras mais intensas, mais fechada, que danificou mais. Tem perdas sim. A gente até tinha pensado se não gradeava fora e plantava o milho safra, vamos deixar e achamos que a despesas pelo menos vamos conseguir tirar”, pontua a agricultora, que revela ainda morar há 40 anos no estado e nunca ter visto tal situação.

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O rastro de prejuízo deixado pela chuva de granizo em Jaciara é visto em outras propriedades, como é o caso da fazenda do produtor Augusto de Andrade.

“A chuva de pedra foi bastante agressiva. Deu uns 60, 70 hectares bem prejudicados. O resto machucou a folha, deu uns furinhos, mas não prejudicou. Mas, esses 60, 70 hectares ficaram no talo. Vai baixar as médias geral, tanto nos talhões que foram afetados, tanto a produtividade geral da fazenda. Ficou bastante dias sem chuvas e quando vimos deu essa chuva de granizo“, diz Andrade.

Soja precoce estava em floração

Jorge Piccinin Filho estima que quase metade dos 700 hectares alvo da tempestade de granizo está danificado. “Ficou só o talo. Eu tinha soja precoce e já estava florada. A perda vai ser grande. A estimativa tem uns 350 hectares que será 40% de perdas fácil e os outros 350 hectares vamos ver como ele vai se sair. Eu tenho esperança que ele se recupere, mas tinha soja precoce também nessa outra área. Nunca tinha visto uma situação dessas”.

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Foto: Canal Rural Mato Grosso

O agrônomo Murilo Degasperi Fritsch afrima que, quando uma chuva severa de granizo ocorre e derruba 100% das folhas, quebra o galho e o ramo da soja, não há mais o que ser feito com a planta.

“Dificilmente ela recupera. Não faz mais fotossíntese e não tem mais área foliar para fazer a fotossíntese, acaba praticamente 100% da produtividade. O ideal seria dissecar a cultura e entrar com uma outra, nesse caso com o milho ou algodão. Agora, quando tem um dano e não é muito severo você consegue recuperar. Você faz uma aplicação de inseticida para não deixar entrar as doenças, porque elas entram pelas lesões que tem na folha. Faz um fungicida e tenta recuperar ela com o adubo foliar”, diz Fritsch.

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