A Polícia Federal (PF), em ação conjunta com a Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília, deflagrou na manhã desta segunda-feira, 13, a Operação Yankee, visando o combate aos crimes de organização criminosa, contrabando de migrantes e lavagem de dinheiro.
A investigação foi iniciada em junho de 2021 a partir de informações encaminhada pelo Oficialato de Ligação da Polícia Federal em El Paso/Texas-EUA, noticiando a identificação de brasileiros vinculados ao Estado de Rondônia e envolvidos em esquema ilícito de contrabando de pessoas com destino aos Estados Unidos, por intermédio de organização criminosa sediada nesse Estado.
A partir do recebimento das informações, a Polícia Federal passou a monitorar os alvos e uma empresa aérea pertencente ao grupo, responsável por toda a logística de emissão de passaporte, compra de passagens e auxílio nos voos dos migrantes com destino ao México, de onde atravessam a pé para os Estados Unidos.
Ao longo dos meses de investigação foi possível identificar centenas de pessoas, a maioria residentes no Estado de Rondônia, que conseguiram ingressar em território americano com o apoio dos denominados “coiotes”.
Além da atuação nesse Estado de Rondônia, a organização criminosa contava com membros em outras unidades da federação e, inclusive, em território americano, responsáveis por receber aqueles que conseguiam cruzar as fronteiras de forma ilegal.
Por outro lado, mesmo com o pagamento dos valores cobrados, muitos desses migrantes não conseguiram cruzar a fronteira do México com os Estados Unidos, sendo detidos e deportados para o Brasil.
Cabe relembrar que em setembro de 2021, uma brasileira de 49 anos, residente no Estado de Rondônia, morreu durante a travessia após ter sido abandonada pelos “coiotes”. Em dezembro do mesmo ano, outro caso chocou as autoridades brasileiras. Uma brasileira foi resgatada após ter sido deixada à beira da morte por um grupo de coiotes, que a atacaram, roubaram e violentaram.
Com a devida autorização da Justiça, a Polícia Federal obteve, através do afastamento dos sigilos dos investigados, elementos probatórios que comprovam a atuação da organização criminosa e os ganhos financeiros obtidos com a promoção ilegal da migração, visto que cobravam elevados valores pelo auxílio na viagem, com a transferência de veículos e imóveis para os investigados e até mesmo com a emissão de notas promissórias.
Foi possível, assim, identificar os integrantes da organização criminosa, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, que utilizavam uma empresa de viagens e turismo em Buritis/RO para operacionalizar o esquema e lavar o dinheiro recebido ilicitamente.
A Agência de Investigações de Segurança Interna (Homeland Security Investigations – HSI) da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília compartilhou informações e colaborou com a Polícia Federal do Brasil ao longo da Operação YANKEE, como parte da cooperação policial de longa data entre autoridades norte-americanas e brasileiras.