Mercedes, BMW, Porcshe, Ferrari, Range Rover. Todas essas marcas importadas, entre muitas outras menos luxuosas, fazem parte da frota detida pela Polícia Federal, em Vilhena, nos últimos anos.
A instituição não divulga o número de veículos apreendidos que estão à sua disposição. Mas é possível atestar que são dezenas. O pátio da PF ficou pequeno para abrigar todos.
Os objetos são, no geral, frutos de “sequestros judiciais” cumpridos mediante ações para o combate do tráfico de drogas e crimes contra o sistema financeiro.
Alguns estão do lado de fora da delegacia, estacionados na calçada da avenida XV de Novembro, região central de Vilhena. São ao menos dez carros com pouco uso sendo danificados, dia após dia, em plena via pública. Debaixo de sol e de chuva, só os automóveis que estão em frente da delegacia valem — ou valeriam, se estivem bem cuidados — mais de R$ 1 milhão.
Em vários estados brasileiros, produtos de crime apreendidos em operações policiais têm sido utilizados, mesmo que em caráter provisório, pela PF.
O uso dos bens só é permitido por decisão da Justiça Federal sob a condição de que a corporação — ou outros órgãos contemplados — garanta a conservação da frota. Para a justiça agir é preciso que os interessados “provoquem” uma decisão neste sentido.
EXPLICAÇÃO
A reportagem do Extra de Rondônia manteve contato com a assessoria da Polícia Federal em Vilhena, que informou que os veículos serão leiloados. “O órgão só está com a guarda dos veículos, que o juiz já determinou a alienação (venda) e que a arrecadação do dinheiro será para fins de aplicação de combate ao tráfico de drogas. Os carros foram apreendidos em operações de combate ao tráfico e, em tese, são produtos ou adquiridos com valores oriundos do tráfico de drogas”