Os nomes de Samir Ali [atual presidente do Legislativo] e Ronildo Macedo são cotados, também, para disputar a prefeitura. Mas não confirmam a intenção.
Por enquanto, seguem na lista dos que tentarão se manter na cadeira parlamentar.
O prazo para a filiação termina em abril do ano que vem. Até lá, prosseguem as articulações. Vários vereadores devem mudar de sigla. O Podemos, por exemplo, tem três vereadores: Samir, Macedo e Dhonatan Pagani. Dificilmente, serão todos reeleitos se eles se mantiverem no mesmo partido.
Dos três, apenas Samir foi eleito pelo Podemos. Pagani chegou à Câmara pelo PSDB, e Macedo pelo PV.
Diferentemente da eleição para o Executivo, em que vence o que tem mais votos, nem sempre os mais votados são eleitos para vereador.
Para o legislativo, vigora o método do quociente eleitoral, pelo qual se distribuem as cadeiras nas eleições pelo sistema proporcional em conjunto com a divisão das sobras de votos, por legenda. É uma conta um pouco complicada para parte da população.
MULHERES NO PODER
Na história, houve apenas duas legislaturas com três mulheres vereadoras: a de 1982/88 e a atual, com Vívian Repessold (PP), Clérida Alves (Avante) e Nica Cabo João (PSC).
As duas últimas mulheres são associadas aos maridos: os ex-vereadores Carmozino Alves e Cabo João (já falecido).
As redes sociais de Clérida e Nica na internet são pouco movimentadas. Mas ambas têm uma legião de seguidores fora do ambiente virtual, que já acompanhavam Cabo João e Carmozino há muitos anos.
Vívian, que é professora, conseguiu ser eleita tendo como base a área da educação; ela foi titular da Secretaria Municipal de Educação, pouco antes de ser aprovada pelas urnas como representante da categoria.
“GUERRA” NA INTERNET
Garantir seguidores e engajamentos na internet é um desafio para os vereadores. Alguns se sustentam, politicamente, às custas disso.
Na “guerra” por visibilidade, quem mais tem levado vantagem é Pagani. A pouca idade — 26 anos — ajuda a comunicação fluir para um público específico e muito ligado ao novo jeito de gerar conteúdo. O rapaz é o que os especialistas em marketing chamam de ‘case de sucesso’.
Pagani foi o vereador mais bem votado em 2020 e, no ano passado, o segundo com mais votos para deputado estadual no município de Vilhena superando todos os deputados com mandato [menos Rosângela Donadon]; não foi eleito para a Assembleia, mas marcou seu nome com força na cena política.
Também tem se saído muito bem nas redes a vereadora Vívian. A parlamentar do PP sabe “mexer” na internet e garantir engajamentos para suas postagens. Consegue se posicionar com tom crítico em relação aos assuntos que estão em evidência no noticiário. Isso atrai adeptos, inclusive os mais jovens.
Afora os dois acima, apenas Alexandre Damasceno (PROS) — este mais nos grupos de WhatsApp — e Zezinho da Diságua (PSD) se comunicam bem nas redes, sendo que o segundo tem um perfil mais “profissional” em termos de qualidade das imagens e do conteúdo. Os dois “vendem” a imagem de “fiscalizadores”, presentes nas obras, por exemplo.
ATUAÇÃO
O papel do vereador é legislar (criar, formular e aprovar/reprovar leis), parlamentar (sinônimo de discutir, fazer pronunciamentos que ensejem denúncias, críticas, reconhecimentos públicos, sugestões e encaminhamentos) e fiscalizar as ações do Poder Executivo.
No parlamento vilhenense, quem mais usa a tribuna para se manifestar e defender suas teses são Pagani, Samir, Vívian, Macedo e Pedrinho Sanches (Avante), conforme pode ser visto e confirmado nas transmissões ao vivo das sessões peia internet.
Os vereadores menos ativos na ocupação da tribuna são Zé Duda (PSB) e Ademir Alves (União). O primeiro é mais dedicado às reuniões das comissões e às indicações, além das visitas técnicas a obras.
Dois vereadores fazem a linha “família”. Eles não usam muito a tribuna e nem a internet, mas representam setores específicos e tradicionais. Exemplo de Wilson Tabalipa e Zeca da Discolândia (PSD), o primeiro, policial civil, foi eleito com o apoio de servidores públicos e o “empurrão” do deputado Luizinho Goebel; o segundo, tem o apoio e apoia diversas instituições, é uma personalidade de credibilidade no município.
INSTABILIDADE
Os atuais vereadores tomaram posse em 2021 junto com o prefeito Eduardo Japonês (PV). Com o mandato cassado em julho do ano seguinte, Japonês foi substituído pelo então presidente da Câmara, Ronildo Macedo.
Macedo “ficou prefeito” menos de seis meses, até a posse de Flori Miranda, o Delegado Flori (Podemos), em 1º de janeiro de 2023.
Em resumo, foi um período turbulento para os legisladores. Três prefeitos em dois anos. Houve dificuldades para consolidar liderança e marcar posição, por conta da “dança da cadeira” imposta pelo Justiça Eleitoral.
QUASE UM VESTIBULAR
Além dos vereadores com mandato, dezenas de outros vilhenenses já se assanham com vistas às eleições.
Em 2020, foram 211 candidatos que encararam as urnas em Vilhena. É o mesmo que dizer que cada cadeira de vereador foi disputada por cerca de 16,2 pessoas. A média tende a crescer no ano que vem.