Foto: Reprodução

O Palmeiras foi dominado pelo São Paulo, durante grande parte do clássico no Morumbi.

Perdeu por 1 a 0, gol de Rafinha. O chute violentíssimo desviou em Luan e deslocou Weverton.

Agora precisará vencer por dois gols de diferença, no Allianz Parque, para chegar à semifinal da Copa do Brasil.

Bráulio da Silva Machado fez uma boa arbitragem.

Mas a direção palmeirense preferiu criar polêmica e, nas suas redes sociais, questiona o VAR em um lance em que Pablo Maia erra o cabeceio, em um cruzamento de Dudu, acossado por Raphael Veiga, e ele toca com o braço na bola dentro da área.

Lance discutível, que realmente levanta dúvidas.

Mas o VAR não chamou o Bráulio para rever o lance, que ele não percebeu.

Poderia ter sido marcado o pênalti.

O lance acabou sendo a desculpa perfeita para o Palmeiras, pela derrota ontem.

Os jogadores e o auxiliar de Abel Ferreira que comandou o time, João Martins, não falaram uma palavra ontem para a imprensa. Antes, durante e depois da partida.

A presidente Leila Pereira os proibiu. Como forma de mostrar seu descontentamento com a arbitragem e a CBF.

Só Leila falou.

Avisou

“Eu estive com o [presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Wilson Luiz] Seneme há uns dez dias, naquela parada da Data Fifa. Conversei com ele por uma hora, uma hora e meia, e sempre ouço promessas de que [a arbitragem] vai melhorar, que estão trabalhando nisso… E a gente acredita…

“Aí quando vejo outro erro absurdo [Athletico x Palmeiras, cotovelada de Zé Inaldo em Endrick], e não foi nada subjetivo, foi um erro objetivo… Então, fico cansada. A gente fica desanimado…

“Quando o João Martins fala na entrevista dele, ele fala baseado em fato de todos esses problemas [de arbitragem]. Ele mentiu? Não mentiu. O João falou a verdade. E, aqui no Brasil, as pessoas têm muita dificuldade em ouvir a verdade.

“O João agora vai ser julgado pelo STJD. E o árbitro, que cometeu o erro? Vai para a reciclagem, fica [fora da escala por] três ou quatro jogos e volta. E o prejuízo que nós tivemos? Prejuízo esportivo, psicológico, de imagem, financeiro… É muito injusto. Então, a partir de agora, eu vou reclamar, reclamar e reclamar. Vai adiantar alguma coisa? Não sei. Eu faço o que eu posso e o Abel faz o que pode.

“O Abel entende e está coberto de razão quando fica extremamente nervoso [com erros de arbitragem]. E o que eu fico indignada é que as pessoas levam em conta as reações do Abel, mas não a causa daquilo. Erros absurdos, que têm causado prejuízo para o futebol brasileiro. Não erram só contra o Palmeiras, erram para todos os lados. E eu não vou admitir mais isso. Não posso brigar com o sistema, mas o Palmeiras é muito grande.

“Eu e o Abel não viemos para o Palmeiras para sermos submetidos a esses erros absurdos e ficarmos quietos. O Abel reclama, e ele sempre reclamou com muita razão. Agora, ele vai ter a parceria da presidente, que sempre trabalhou nos bastidores, mas que viu as coisas não surtirem efeito. A promessa que foi feita a nós é que vai melhorar, que o investimento em tecnologia é muito grande… Mas que tecnologia é essa que não consegue detectar se uma bola entrou ou não? Isso é inadmissível para o nível do futebol brasileiro. Então, estou muito revoltada com tudo isso.”

As declarações de Leila à ESPN foram pesadas.

E, logo antes do clássico, ela explicou a ordem que deu para ninguém dar entrevistas.

“Eu já tinha falado através da nota, mas acho importante também falar ao vivo para vocês, jornalistas. Vocês já sabem que hoje não terá coletiva, nossos atletas não irão falar, o João não vai falar, e isso não é uma retaliação à imprensa em hipótese alguma.

“Eu tenho um profundo respeito pelo trabalho de cada um de vocês. Como costumo dizer, eu sou jornalista como vocês, mas eu acho que nesse momento, em virtude daquela nota tão pesada que a CBF emitiu em relação às declarações do João, achei melhor blindar o nosso elenco, nossos jogadores, nossa comissão técnica.”

Pode ser que Leila libere as entrevistas no sábado, quando o Palmeiras enfrentará o Flamengo.

Os atletas e a comissão técnica continuam obcecados pela arbitragem, e não pelos adversários.

O nível técnico dos juízes no Brasil é péssimo. E prejudica todos os clubes.

Mas está claro que o Palmeiras se sente perseguido.

E isso reflete no emocional do time, da comissão técnica.

Leila tem o direito de cobrar a CBF.

Mas comprar briga pública, confirmando que a crença de João Martins de que há um complô para que o Palmeiras não possa ser bicampeão brasileiro, não pode seguir vencendo no Brasil, é algo surreal.

E desvia o foco de situações importantes.

Como o time ter sido travado, dominado pelo São Paulo ontem.

O Palmeiras precisa prestar atenção ao seu futebol irregular dos últimos jogos.

Greve do silêncio não contribuiu.

Só piora a situação em que o Palmeiras mergulhou…

sicoob

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