Aprovada às pressas na Câmara dos Deputados, o texto da Reforma Tributária agora segue para discussão e votação no Senado Federal.
A velocidade da aprovação, no entanto, intrigou alguns parlamentares que estão preocupados com possíveis impactos na população mais pobre e em setores chaves da economia.
A aprovação relâmpago do texto, por exemplo, causou desconfiança até mesmo em parlamentares que sempre defenderam a necessidade de uma reforma tributária, como é o caso do senador Jaime Bagattoli (PL).
“Sempre defendi uma reforma no nosso sistema tributário quando ainda era candidato ao Senado. Porém, o que assistimos foi a aprovação às pressas de um texto que deveria ter sido melhor discutido pelos deputados para evitar que a população mais pobre e, principalmente, o setor produtivo, que o mais gera riqueza neste país, acabe pagando mais no fim das contas”, defende o senador.
O parlamentar integra um grupo que defende mais tempo e, até mesmo, possíveis alterações necessárias no texto base da reforma. A ideia é evitar que as mudanças aprovadas na cadeia de cobrança dos tributos acabem pesando mais para o consumidor final.
Outra preocupação do parlamentar é sobre os pontos da reforma que dizem respeito à capacidade de investimento dos estados e de subtração de recursos dos municípios.
“O que vemos é que o texto aprovado permite que o Governo Federal concentre em suas mãos uma boa parte das decisões que dizem respeito a investimentos e recursos que hoje são geridos diretamente pelos estados e municípios, até porque são esses entes que conhecem de perto a realidade e as demandas da população. Não estamos torcendo contra o país, apenas acreditamos que é possível entregar à população uma reforma mais justa e menos onerosa ao povo”, acrescenta o senador.
A expectativa é de que o texto da Reforma Tributária seja votado até novembro deste ano no Senado Federal.