Alcançando seu quinto dia, a greve dos profissionais do magistério em Vilhena foi marcada nesta terça-feira, 15, por discursos de apoio do Legislativo na sessão da Câmara de Vereadores.
Além da maioria dos edis que usaram a tribuna para se posicionarem a favor dos grevistas na luta pela implantação do direito previsto em lei, fizeram uso da palavra o presidente do Sindsul, Wanderley Ricardo Campos, e o senhor Diogo Nunes, pai de dois alunos da escola Cleonice Batista.
Como de praxe, o grupo se reuniu no início da manhã na sede do Sindsul e de lá seguiu para o plenário da Câmara de Vereadores onde ocupou todos os lugares disponíveis. A greve segue com forte adesão por parte dos profissionais da educação.
OS DISCURSOS
Entre os discursos no parlamento, destaque para três deles. Ao usar a palavra, o vereador Dhonatan Pagani disse que “tentarei um último diálogo com o prefeito Flori, ou passarei a usar o direito de fazê-lo a aplicar as leis”. Além disso, Pagani ,que esteve ao lado de Flori na Campanha, disse que “eu ajudei a eleger, tenho o direito de ajuda-lo a governar”.
Já Ronildo Macedo, outro apoiador da greve, garantiu que a possível abertura de uma CPI, para que seja feito um pente fino nas contas da pasta da educação, propôs em seu discurso “travar as pautas do Executivo, caso esse impasse continue”. Macedo também afirma que, caso a CPI seja instaurada e “tiver que cassar, vamos cassar o mandato dele”.
Por fim, o presidente da Casa de Leis, Samir Ali, sempre solícito aos servidores, argumentou que “o diálogo com Flori tem sido difícil e, caso ele continue a desrespeitar os funcionários públicos no município, é bom que não converse mais comigo mesmo”.
Breve em seu discurso, Wanderley Ricardo, presidente do Sindsul, apenas parabenizou os servidores que “não arredaram o pé da greve e que têm mostrado o verdadeiro significado de união. Continuem, continuem firmes. Iremos até o fim. Obrigado também aos vereadores pelo apoio e esperamos boas notícias dos senhores nos próximos dias. Vamos mostrar a esse prefeito que nós temos mais força do que ele”.
Diogo Nunes, pai de dois alunos na Escola Cleonice Batista, também foi convidado a usar a tribuna e fez um desabafo. Além de falar sobre as péssimas condições que uma reforma que já dura mais de 60 dias, e que inclusive atrasou o retorno das aulas (pós recesso), ele clamou aos pais que têm seus filhos naquela instituição. “Por favor, façam uma visita ao local e vejam as péssimas condições que está aquele lugar. É assim que o prefeito quer que tenha aula ali? Flori, sente com os professores e resolva essa situação. Queremos que eles voltem a trabalhar, mas também queremos que eles tenham salário e condições dignas”, encerrou Nunes.
Uma reunião entre vereadores e administração local deve acontecer entre esta terça e quarta-feira. O Sindsul, assim como os grevistas, aguarda o resultado.
De toda forma, o cronograma da greve dos servidores do magistério tem agendado para esta quarta-feira, 16, uma movimentação na Praça Nossa Senhora Aparecida, às 9h.