Humberto Lago

A projeção do resultado das contas externas do país, para o ano de 2023, foi recentemente revisada e agora, segundo os especialistas, estima-se que as exportações atinjam o montante de US$ 331 bilhões e as importações US$ 257,3 bilhões, o que resultará num superávit de US$ 73,7 bilhões.

Os números reais de nossa balança comercial para o ano de 2022 foram: Exportações de US$ 334,1 bilhões, importações de US$ 272,6 e superávit líquido de US$ 61,5 bilhões. Deve ser dito que a maioria absoluta deste superávit é proveniente do agronegócio (commodities). Outros produtos de exportação: minério de ferro, óleos brutos e petróleo, celulose.

Percebe-se que a evolução das contas externas (comércio internacional) é saudável, vem crescendo e se consolidando ao longo do tempo. Cresce a área plantada, mantem-se a produtividade, a demanda mundial por alimentos permanece em crescimento. Ou seja, os superávits têm sido constantes e não acidentais; a nação dispõe de área cultivável.

Esses são números recordes e adicionalmente estupendos. Não são instáveis, nem incoerentes, nem infundados. Pelo contrário, os superávits são consistentes, ou seja duráveis e estáveis. Deve ser dito que o presente superávit (2023) se deve essencialmente à redução das importações e a manutenção do nível das exportações.

Nunca antes nosso país conseguiu números tão expressivos, apesar das incertezas mundiais, da diminuição da atividade econômica mundo a fora e das duas guerras que estão sendo travadas (Rússia x Ucrânia e Israel x Faixa de Gaza).

Desta forma, a cada mês deste ano, o Brasil deve exportar US$ 27,6 bilhões; importar US$ 21,4 bilhões; e ter um superávit de US$ 6,2 bilhões. Muitas nações amargam déficits crônicos e sistemáticos; dispõe de pequenas perspectivas para reverter  sua situação; tem falta de divisas e diminutos fundos de reserva para enfrentar adversidades econômicas.

O desejo ardente das nações, nestes tempos difíceis e preocupantes, é conseguir exportar seus produtos/serviços, produzir um superávit e divisas fortes, tão exuberantes quanto o nosso. Graças a Deus por isso, pelos investimentos feitos, pela extensão territorial, pelo clima, pelo  uso intenso da tecnologia, pela mecanização da lavoura, pelo trabalho de tantos, pelos  empresários, gestores…

Nem por isso devemos esquecer que temos muitas deficiências e desajustes internos a serem corrigidos, elevado e incomum endividamento financeiro, problemas e desigualdades econômicas e sociais, debilidades no sistema de transporte, insuficiência de armazenamento, enorme déficit no orçamento federal, alto índice de desemprego…

Convido-o a imitar nossos conterrâneos do agronegócio: ter fé no futuro deste país, desbravar, investir, correr os riscos e trabalhar rumo a dias melhores, tendo uma visão otimista e valores éticos (teoria) e morais (prática). Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.

sicoob

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