Cidade de Colorado do Oeste / Foto: Divulgação

A construção de um novo cemitério, por parte da prefeitura municipal, está gerando polêmica no município de Colorado do Oeste, na região sul de Rondônia.

Para a construção do empreendimento, a prefeitura adquiriu uma área que está localizada ao lado do aeroporto municipal, no setor chacareiro, o que gerou a revolta dos moradores daquela região, que alegaram uma série de fatores envolvendo a contaminação no local e outras questões socioambientais.

Em ofício protocolado ao Ministério Público (MP) nesta segunda-feira, 19, Saulo Vitório de Souza, presidente da Associação dos Chacareiros e Hortifrutigranjeiros do setor do aeroporto (ACHA), solicitou ao promotor de justiça, Bruno Ribeiro de Almeida, a abertura de ação pública visando o  “levantamento ambiental, socioambiental e impacto de vizinhança para a construção do cemitério no terreno escolhido”.

No documento enviado à redação do Extra de Rondônia, Saulo Vitório afirma que a prefeitura decidiu implantar o cemitério nesse local sem realizar devidas análises ambientais e que o fato preponderante para escolha do local foi o terreno de menor valor econômico. “A comunidade localiza-se nos fundos do aeroporto, região considerada como setor chacareiro, devido à característica de explorar as atividades agrícolas e pecuárias por propriedades pequenas, região considerada com o tipo de solo semi-arenoso, considerado com alto poder de infiltração. Há poços subterrâneos para utilização de água, tanto para consumo da família como para manter as atividades desenvolvidas nos imóveis. A região é cercada por várias nascentes que são utilizadas para abastecer represas e tanques de psicultura e podem ser contaminadas, bem como os lençóis freáticoS devido a infiltração do necrochorume e contaminação do solo, tornando a uma região inóspita para produção e consumo dos produtos aqui produzidos”, alerta.

PREFEITO COMENTA

Entrevistado pelo Extra de Rondônia, o prefeito José Ribamar de Oliveira explicou que o atual cemitério tem mais de 40 anos de funcionamento e não há mais espaço no local para o sepultamento dos entes queridos. Ele também admitiu que há uma dificuldade em adquirir terreno para esta finalidade em decorrência do exorbitante valor.

Entretanto, garantiu que o terreno onde será construído o novo cemitério terá todas as condições e cuidados por parte da prefeitura, que organizará o local e implementará estudo técnico socioambiental para não provocar prejuízos ambientais.

Por outro lado, o mandatário municipal rebateu as justificativas do presidente da ACHA. “Não é intenção da prefeitura prejudicar ninguém e nem agredir o meio ambiente e sim de cuidar essas questões e cuidar dos nossos chacareiros. Saulo Vitório alega a questão socioambiental, mas, a verdade é que ele usa este argumento preocupado apenas com a desvalorização do local”, garante.

O prefeito informou, ainda, que o cemitério será todo murado, terá ossário, túmulos de gavetas e que outras melhorias serão definidas pela equipe da prefeitura. Não há data definida, mas o novo cemitério deverá funcionar a partir do início de 2025.

>>> LEIA, ABAIXO, O OFÍCIO PROTOCOLADO NO MP:

 

 

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