Humberto Lago

Uma das maiores, mais conceituadas e inovadoras fábricas de automóveis do mundo solicita, dos candidatos à emprego, além do currículo habitual, uma carta pessoal, encaminhada ao presidente da empresa (creio eu, para justificar à empresa por que ela deveria contratá-lo).

Qual o entendimento de nossos empresários e administradores à respeito dessa carta? Seria ela um instrumento oportuno e útil? Será que o presidente tem tempo e disposição para ler e avaliar cada uma delas? Ou ela tem a finalidade de subsidiar a entrevista de admissão?

Particularmente, apreciei a ideia porque partilho do entendimento de que a escolha do funcionário ideal para nossas empresas líderes, é algo delicado e complexo, trabalhoso e difícil. Como estar seguro de que o colaborador novato vai se adaptar à cultura empresarial;  vai se integrar bem à nova  equipe de trabalho…

Há uma relação marcante entre a “necessidade” imperiosa que a empresa tem de entregar resultados “adequados” (expectativas dos investidores) e a “capacidade” efetiva que o novo funcionário de contribuir para a “obtenção” do lucro esperado.

Um dos grandes, sólidos e tradicionais bancos nacionais trocou recentemente seu presidente e principais diretores. A comunidade financeira foi surpreendida com a notícia e com a amplitude da mudança. Certamente o mercado tinha uma expectativa de resultados maiores do que os entregues pela administração. Contudo, o conselho entendeu que o problema estava na performance da alta administração, isto é, nas pessoas e resolveu substituí-los rapidamente. Atitude drástica e incomum, corajosa e necessária. Foi tornado público, igualmente, que a instituição financeira levará alguns anos para solucionar seus atuais desafios!?

O mundo empresarial tem uma ótica agressiva, bem como uma postura diferenciada. É exigente, impessoal e insensível, quando se trata de resultados financeiros. A competência profissional precisa ser demonstrada regularmente nos balanços anuais: não só no currículo, nem na educação técnica, nem nos títulos universitários!

Tudo leva a crer que uma de suas regras (não escritas) é: nunca errar na contratação de pessoas, porque cedo ou tarde tais erros virão à tona. A leitura que faço é que a todo o tempo precisamos apresentar resultados; nada substitui o direito ao lucro (do investidor). É necessário investir sistematicamente no setor de recursos humanos, para serem feitas boas decisões. Descrições de cargos incompletas, ou mal preparadas ou impróprias, dificultam sobremaneira as contratações de pessoal.

Contratar bons gerentes é uma arte e poucas pessoas estão talhadas para desempenhar esse encargo. Há candidatos que tem uma capacidade de persuasão tremenda; argumentação múltipla e consistente; conhecimento psicológico avançado. Independentemente disso, urge identificar as virtudes de cada candidato, de reconhecer suas potencialidades e de projetar seu futuro desempenho. Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.

sicoob

COMUNICADO: Atenção caros internautas: recomenda-se critérios nas postagens de comentários abaixo, uma vez que seu autor poderá ser responsabilizado judicialmente caso denigra a imagem de terceiros. O aviso serve em especial aos que utilizam ferramentas de postagens ocultas ou falsas, pois podem ser facilmente identificadas pelo rastreamento do IP da máquina de origem, como já ocorreu.

A DIREÇÃO