Luciana Alberta Rosa da Silva, mãe de três crianças especiais, enviou um vídeo à redação do Extra de Rondônia, onde relata sua batalha diária para cuidar sozinha dos filhos com necessidades especiais.
Além do vídeo, Luciana escreveu um desabafo expressando sua decepção com o poder público, o qual, segundo ela, não demonstra interesse em apoiar mães em situações atípicas em Vilhena.
>>>Vídeo abaixo:
>>>Leia na íntegra o desabafo de Luciana:
Eu sonho com o dia em que nunca mais serei chamada de forte. Estou exausta. Não pedi para ser forte. Estou cansada não apenas pelo fato de cuidar sozinha de três crianças especiais 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas também estou cansada de ver as pessoas romantizando isso, dizendo o quanto sou forte em vez de oferecerem ajuda ou simplesmente ficarem em silêncio. Todos os dias, abro mão de uma parte de mim para ser a melhor mãe que posso ser.
Não aguento mais. Já abri mão de sonhos e mais sonhos, até mesmo da minha faculdade, para cuidar dos meus filhos, e não tenho nenhum apoio por parte do poder público. A única pessoa que poderia me ajudar com meus estudos era minha mãe, que perdi há quase 3 anos.
Todos os dias são cobranças, e eu tenho toda a demanda sobre mim: cuidar das crianças, das despesas da casa, do aluguel, da luz e da água. Ninguém paga minhas contas, mas são capazes de cobrar porque não trabalho fora. Ninguém me dá um pacote de fraldas para minha filha, mas são capazes de julgar porque tive mais filhos sabendo que o primeiro já tinha problemas de saúde. Na visão das pessoas, ele não é especial, é doente. Já ouvi julgamentos até sobre o que calço e visto… Mas muitos precisam vestir a roupa que não vai no corpo e calçar o que não vai nos pés, precisam se vestir de empatia.
Caráter não faz mal a ninguém, e isso é o que carrego comigo. Posso até responder, como disseram do Ministério Público (MP), que o promotor vai fazer com que eu responda por não enviar meu filho à escola, pois é dever dos pais matricular a criança e garantir sua presença na escola, e também é dever da escola alfabetizá-la. No entanto, não o faço porque tudo que está ao meu alcance, eu tento fazer pelos meus filhos. Se a única solução for ser ouvida, espero que o promotor veja a negligência do município para com meus filhos e todas as crianças cujos direitos são negados.
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