O fundador da Cosan – que é um dos maiores e mais conceituados grupos econômicos nacionais – fez, na semana passada, uma dura crítica ao alto nível dos juros praticados do mercado brasileiro.
Eles têm prejudicado duramente a vida das empresas e dos mais pobres. Não podemos assistir a isso em silêncio, nem passivamente.
Na democracia, a manifestação de opiniões divergentes é natural e rotineiro. Contudo o sr. Rubens Ometto, foi além da crítica em si, apontando caminhos alternativos, práticos e oportunos. Os problemas devem ser resolvidos racionalmente; com medidas técnicas compatíveis. Não com atitudes precipitadas, grosseiras e inconsequentes. Problemas existem para serem resolvidos.
Por esta razão compartilho com os leitores (as) as sugestões apresentadas pelo empresário acima: 1.-Combater a informalidade existente no mercado. Nada mais oportuno e justo, porque vem no momento adequado e com a conveniência apropriada. Não basta discordarmos; devemos também tornar públicas as razões que nos motivam a agir assim; 2.-Combater os devedores contumazes, isto é incorrigíveis, rebeldes e teimosos, é dever específico e elementar das autoridades. A omissão governamental estimula, direta e indiretamente, a prática do que é incorreto e contrário à lei; 3.-Combater os sonegadores, ou seja, mover uma ação sistemática, estruturada e eficaz contra os contribuintes sonegadores, punindo-as exemplarmente. Isso desestimula tais práticas comerciais; é uma demonstração de justiça fiscal; ataca os maus devedores com remédios severos.
Alguém pode argumentar: mas isso demanda muito trabalho; isso vai levar tempo para ser conseguido; isso é desgastante; a elevação da receita tributária, feita mediante decretos governamentais, sempre foi usada no passado!
É preciso lembrar que a chegada da reforma tributária, nos próximos meses, implicará na introdução de novos impostos, mudanças das atuais alíquotas. O medo e a insegurança do futuro, a falta de critérios de alguns, leva as empresas a aumentar preventivamente seus preços de venda!
A despeito desses desafios, a sociedade está rejeitando mais a corrupção; está identificando melhor a incompetência política. A indisciplina fiscal passou a ser mais repelida; as manifestações públicas são maiores e mais frequentes. Seria uma insensatez ignorar e/ou desprezar esses fatos.
Está havendo uma conscientização maior do papel dos contribuintes, sejam eles empresas ou pessoas físicas; a manutenção de déficits públicos é nefasta e tem recebido condenação pública; surge um bom senso, apartidário, em diferentes regiões do país.
Continuam faltando líderes competentes e íntegros; que colocam o interesse público acima do benefício individual; que acreditam que trabalhar e produzir é fundamental, porque geram riqueza e emprego. Não podemos esquecer que é nosso dever preparar a nação para a próxima geração. E você, como está se posicionando a respeito? Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.