Dyefferson Mateus, pré-candidato a vereador em Vilhena pelo PT, entra na disputa com um sentimento de tristeza em vez de alegria. “A nossa política em Vilhena é muito suja,” desabafa em visita à redação do Extra de Rondônia nesta quarta-feira, 12.
Recentemente, foi aprovado um aumento de 25% no salário dos vereadores, elevando-o para R$ 10 mil. “Você acha que um vereador trabalha mais do que um caixa de supermercado, do que um feirante, um motoboy? Não trabalha mais, por que ele tem que ganhar tanto?”, questiona.
Para Dyefferson, a expansão da cidade não é acompanhada pela distribuição adequada de recursos nas regiões periféricas. “Falta capacidade das pessoas que estão lá dentro, e por isso eu estou entrando nessa disputa.”
Quando questionado sobre sua bandeira de campanha, Dyefferson revela um enfoque diferente. “Eu não tenho condição e tempo de poder ficar saindo na rua com muita frequência, eu preciso trabalhar, senão eu não pago minhas contas, senão eu não como, eu sou gente do povo,” explica.
Ele não pretende distribuir santinhos ou abraçar eleitores de quatro em quatro anos. Sua causa é o apoio às regiões periféricas, que sofrem com educação e saúde ruins que avalia como ruins, além da falta de acesso ao lazer, esporte e cultura. “Se eu quiser jogar bola, tenho que jogar na área,” diz ele, referindo-se ao bairro Cristo Rei, onde mora.
A mensagem de Dyefferson para a população é clara e direta. “Eu sou morador de Vilhena desde que nasci e não tenho muitos empregos bonitinhos no meu currículo. Atualmente, sou motoboy com muito orgulho, não me envergonho nem um pouco disso.” Ele luta por sua família todos os dias e traz uma mensagem de esperança. “Sei que muitos vão me tratar com indiferença, muitos por causa das tatuagens ou do partido. Para aqueles que não veem política como um time de futebol e gostam de discutir, aqui você encontra um aliado. Para as pessoas que já vão me ver com indiferença, aqui vocês não encontram um aliado”, encerrou.
