Senador de Rondônia e entidade do setor produtivo detalham realidade do setor no estado/Foto: Divulgação

A moratória da soja tem sido, nos últimos tempos, uma das principais preocupações dos produtores rurais nacionais e motivos não faltam. Na última semana, o tema foi debatido numa audiência na Câmara Federal e a expectativa é de abertura de uma CPMI Mista para investigar a atuação de ONGs na implantação da moratória da soja no país.

O encontro da última semana reuniu parlamentares da bancada ruralista, como o vice-presidente da Comissão de Agricultura, o senador Jaime Bagattoli (PL), e entidades do setor produtivo, como a Aprosoja Rondônia. O senador, em questão, protagonizou um dos momentos mais aplaudidos ao discursar sobre os desafios enfrentados pelos produtores na Amazônia Legal.

“Nos estados da Amazônia a obrigação de manter 80% da floresta em pé já se mostra um compromisso muito custoso para o produtor e também para o cidadão. Só isso, já deveria obrigar o Ministério do Meio Ambiente a se debruçar sobre estratégias para apoiar esses produtores. Mas pelo contrário, temos aqui um acordo que discrimina os produtores que tanto têm se esforçado para conciliar a produção com respeito à Amazônia e preservação ao meio ambiente”, afirmou o senador.

ATUAL SITUAÇÃO

Na prática, a moratória da soja busca garantir que a soja cultivada na Amazônia e comercializada não tenha relação com desmatamentos ocorridos após o ano de 2008, mesmo que a abertura dessas áreas tenha sido permitida pelo Código Florestal.

No entanto, o entendimento é de que a moratória da soja, anunciada pelo governo, tem prejudicado os produtores do grão, mesmo aqueles estejam cumprindo as determinações do Código Florestal no que diz respeito à preservação da vegetação nativa.

Consultor de Relações Governamentais da Aprosoja Rondônia, Thiago Rocha representou a entidade e falou da realidade e desafios do produtor na região amazônica.

“Na Amazônia você é limitado por duas leis: o Código Florestal e o zoneamento dos estados. Somos obrigados a preservar 80% da floresta, mas também temos o dever de converter o restante para agricultura. Não se engane, a moratória é um desserviço para a imagem do nosso país”, acrescentou o consultor da entidade.

Ao fim da audiência, ficou decidido que a Câmara dos Deputados e o Senado Federal devem analisar, nos próximos dias, um pedido de abertura de uma CPMI Mista para investigar a atuação de ONGs na implantação da moratória da soja no Brasil.

sicoob

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