O procurador da república Reginaldo Trindade do Ministério Público Federal (MPF), em coletiva de imprensa na manhã desta segunda-feira (30), informou o ajuizamento de quatro novas ações de improbidade administrativa contra a gestão do ex-prefeito de Porto Velho, Roberto Sobrinho.
Também irão responder por desmandos e supostos atos de corrupção o professor Israel Xavier Batista, Silvana Cavol Erbert, Valmir Queiroz e as empresas Lufen Construções, Pavinorte Projetos e Construções e BH Construtora e seus representantes.
As ações que pedem ressarcimento e danos morais no valor aproximado de dez milhões de reais são fruto de investigações da operação “Sempre MPF”, que começou a cerca de 1 ano atrás apontou favorecimento de empresas, assédio contra servidores, pagamentos de vantagens indevidas e desvio de dinheiro de obras de pavimentação e construção de conjuntos habitacionais. Todas as empresas ganhavam licitações com indícios de favorecimento e durante a execução das obras, eram beneficiadas por ‘facilidades’ na hora do pagamento das medições, que nem sempre condiziam com a realidade da obra.
“Fiscais, engenheiros e arquitetos que identificavam coisas erradas nas medições e faziam notificações contrárias ao interesse dos empresários, Israel Xavier e Valmir Queiroz faziam de tudo para não ser levada adiante a fiscalização” afirmou Trindade.
Também havia um estado de terror na Sempre (Secretaria Municipal de Projetos Especiais) contra os servidores que não compactuavam com os interesses escusos, sendo os servidores ameaçados e até transferidos de setor.
FAMÍLIA
As empresas que estão sendo processadas são de propriedade do ex-tesoureiro do PT – partido dos trabalhadores Edson Silveira (BH Construtora), Luis Fernando Lima ( Lufen Construções ) e Renato Lima (Pavinorte Projetos). As três empresas ganharam juntas mais de 30 obras, tendo recebido cerca de 80 milhões da gestão petista.
Os empresários Paulo e Renato são irmãos e também grandes doadores da campanha eleitoral de Roberto Sobrinho em 2008 e de Israel Xavier em 2010. No caso de Roberto em 2008, o caso é mais grave, já que as empreiteiras doaram depois do dia 3 de outubro, já com Sobrinho estando virtualmente eleito.(
INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS
Com a autorização da justiça, a Polícia Federal realizou interceptações telefônicas e numa delas, segundo o procurador Trindade, Roberto Sobrinho foi flagrado em conversa com Israel Xavier onde claramente fazia gestões para acelerar o pagamento destas empresas.
“Para cada ação ajuizada contamos com mais de 70 folhas de evidências” disse Trindade que também informou que em diversas buscas e apreensões realizadas nas casas dos acusados, foi levantada uma grande quantidade de material substancial que comprovam casos escabrosos de corrupção.
Citou especificamente a apreensão na SEMPRE, na mesa do servidor Paulo Alves de Souza, irmão do ex-deputado Miguel de Souza, um ‘Livro de ouro Rafinha’ onde continha uma planilha de pagamentos sistemáticos. As empresas processadas constam na planilha. Outras empresas e pessoas estão nesta relação e são atuais alvos de investigação do MPF.
Estas empresas ainda têm cerca de 30 milhões de reais para receber
Texto: Rondoniaovivo
Foto: Divulgação