O ex-diretor da escola Machado de Assis, professor Ronildo do Nascimento, através de nota enviada ao Extra de Rondônia, rebateu acusações feitas por um pai de aluno contra sua gestão.
Ronildo diz que as afirmações não condizem com a verdade dos fatos, um deles a respeito de suposto desvio de recursos. Ele também apresentou relatório financeiro de sua gestão.
>>> CONFIRA ABAIXO A RESPOSTA NA ÍNTEGRA:
“Meias verdades são mentiras inteiras”; “Quem cala consente”;” Uma mentira repetida mil vezes torna-se verdade”.
Foi de tanto ouvir frases e insinuações como estas que resolvi me manifestar; aos que me conhecem sabem que não sou dado a importar-me com picuinhas ferinas, principalmente quando advindas de quem não tenha atributos para acusar com um dedo em riste tendo outros quatro apontando para si mesmo, ainda que tenha sido bafejado pelo sistema ao qual denigre; nunca fui dado a holofotes, mesmo porque acredito no ditado que “o verdadeiro herói não alardeia seus feitos, pois o fogo arde em silêncio e sem ruído brilha o sol”, mas o momento e a situação exigem resposta às calúnias deletérias, meias verdades, difamação e tentativa de desconstruir todo um trabalho feito ao longo dos anos em que fiquei à frente da direção da EEEFM Machado de Assis; exerci o cargo de Diretor desta Unidade Escolar desde janeiro de 2011 a 15 de janeiro de 2015; atuei como professor nesta mesma Escola desde junho de 2005.
Nas semanas antecedentes foram veiculadas matérias em alguns sites, com repercussão nas rádios, sobre os problemas enfrentados pela Gestão atual desta Escola quanto à falta de merenda, professores, água, recursos, materiais de consumo, dentre outros. As matérias, com teores variados, mas foco idêntico, davam conta que houve denúncia de um pai de aluno, “sr. josé silva” (que falta de criatividade), ou anônimas (cultura machadiana, não do escritor, é óbvio) o que dá no mesmo, pois josés e josefas há dezenas e sobrenomes silva e nascimento são milhares, portanto, foi oportuno apresentar um denunciante sem rosto, já que não consta nenhum pai com tal nome exclusivo e o único no cadastro com nome aproximado procurou-me para afirmar que nem sabia a respeito de tais fatos até ser confrontado por uma vizinha; como o jornalismo tem a prerrogativa do sigilo da fonte, farei ouvidos mochos; portanto, quero esclarecer alguns fatos publicados e refutar tais acusações, mas só em respeito aos meus ex-alunos, colegas e conhecidos que são da opinião de que desta vez não posso me abster, como é de praxe em minha conduta:
1 – As prestações de contas foram todas entregues à CRE – Coordenadoria Regional de Educação e enviadas à SEDUC antes do fim do meu mandato, o que pode ser comprovado junto ao Setor de Prestações de Contas da Escola e da CRE; portanto, é totalmente falsa a acusação de que não prestei contas dos recursos recebidos pela escola;
2 – A falta de professores não é de minha responsabilidade, já que o quadro ficou defasado devido ao pedido de transferência de vários profissionais para outras Unidades Escolares e cabe aos gestores buscar novos profissionais para suprir a demanda;
3 – A falta de água não pode ser de minha responsabilidade já que o sistema de captação de água ficou em perfeito funcionamento e deu problema há poucos dias, inclusive foi solucionado após minha intervenção junto a fornecedores;
4 – Pelas matérias parece que até mesmo os buracos são culpa de minha gestão; o que fizemos por diversas vezes foi solicitar à prefeitura para solucionar o problema no que sempre fomos atendidos, inclusive há documentos solicitando pavimentação asfáltica e que, como resposta, ainda não foi executada por inviabilidade técnica;
5 – A EJA/Ensino Médio é atendida desde o início de 2014 por somente três escolas, portanto o número de alunos excedentes não é novidade em 2015;
6 – Funcionários fazendo vaquinha para comprar merenda aos alunos parece piada, já que, segundo fontes seguras, “esse papo jamais ocorreu entre os funcionários”, e “isto deve ser apenas para sensibilizar a opinião pública quanto à situação”;
7 – O Conselho Escolar foi eleito através da eleição por aclamação por segmento e aprovado em Assembleia conforme Editais e Atas oficiais assinadas por toda a comunidade presente; a única verdade contida em todo este imbróglio é o fato de o Conselho não ter sido registrado em cartório em 2014, mas explica-se e, neste caso, faço mea culpa: o Conselho anterior estava dentro do prazo de registro que venceria somente em fevereiro de 2015; devido a pendências junto à Receita Federal que se arrastavam desde 2007 e que pretendíamos sanar antes de entregar à nova gestão, preferiu-se esperar para que o Conselho fosse registrado junto à documentação dos novos gestores, já que há custos em Cartório, e poderiam ser executados num único pacote; ademais, se fôssemos registrar naquela data, teríamos que trocar o tesoureiro junto ao Banco e à Receita e em janeiro teria que haver novos gastos com a troca do ordenador de despesa que é o diretor escolar/presidente do Conselho; compreende-se que o atraso no registro tenha provocado a temida falta de merenda devido ao não aceso à conta do PNAE, mas os fornecedores sempre foram compreensíveis durante minha gestão e nunca tivemos falta de merenda, pois os mesmos sempre confiaram e receberam corretamente; ademais ficou faltando somente a 9ª parcela para acertar, já que o Banco não concordou com a data anterior do registro do Conselho e, portanto bloqueou a expedição de cheques; portanto, a solução para evitar a “suposta possibilidade de falta de merenda” seria ter agilizado o registro do Conselho, já que a gestão atual foi empossada no dia 16/01 e recebera todas as instruções e documentação para tal, além de ter contatado os fornecedores, já que a licitação da 10ª parcela da merenda ocorrera em 23/01 e já estava liberada para consumo;
8 – A alegação de falta de material de expediente é uma falácia, pois o almoxarifado ficou com estoque de farto material, tanto de limpeza como os necessários para uso dos professores; é possível comprovar esta afirmação com documento de recebimento assinado pelos gestores;
9 – O citado cheque sem fundo refere-se à compra de uma impressora em regime de urgência para a secretaria devido aos problemas na existente e à confusão na emissão do cheque do PDDE que não continha recurso suficiente, quando na verdade deveria ter sido utilizado o Proafi; no entanto a empresa Gazin comprometeu-se em devolver o mesmo para que seja quitado da forma correta, sem custos adicionais; a solução conduzida pela atual gestão me é desconhecida;
9 – No entanto este documento aqui publicado refere-se, principalmente, à ACUSAÇÃO DE DESVIO DE RECURSOS, e neste caso, exijo grifo no trecho publicado no Extra de Rondônia: (“De acordo com José, desde o início da semana alunos estão sem lanchar na escola, insuficiência de professores e falta de água também são citados na denúncia, devido aos recursos que foram desviados pela antiga diretoria, que até agora não prestou conta a SEDUC. O pai questiona a SEDUC e dispara que o órgão que compete fiscalizar a verba escolar parece estar se ausentando da responsabilidade, já que os antigos diretores fizeram suas “cagadas” e nada foi feito, e ainda tentam acobertar o problema, não querem que vaze.”). Esta acusação é passível de processo por danos morais, calúnia, difamação e outros adendos na lei; quem sabe assim a indenização não seja destinada à Escola para sanar os problemas que enfrenta. Durante toda minha vida pública diante de órgãos dos quais fiz parte, seja Sindicato, Associações, Conselhos, Igrejas, Pastorais, sempre tive reputação ilibada e fui considerado até rígido em excesso quando se trata de recursos públicos; informe-se, principalmente junto aos membros da Comunidade N. Sra. das Graças, da qual fui coordenador por dois mandatos e aos membros do Sindsul, do qual fui Conselheiro e ainda junto à Comissão da organização da Semana Social, da qual fui Presidente, dentre outros. Para corroborar e comprovar a lisura em todas as prestações de contas da Escola saibam todos que as mesmas estão à disposição na Escola com direito a acesso público e sempre foram conferidas pelo tesoureiro, comissão de compras e de recebimento, com cópia de cada cheque emitido e todas as notas fiscais e cotações. Dizer que não há recursos por desvio é de tamanho mau caratismo do(a) suposto(a) denunciante que dá vontade realmente de abrir processo, se bem que o(a) pobre-diabo(a) nem tenha condições financeiras de arcar com pagamento de indenização. No entanto divulgo aqui os valores deixados em caixa em cada conta de cada programa existente na escola, com data de 31/12 (os valores são maiores devido a depósitos no mês de janeiro) e que constam do Relatório de encerramento de gestão entregue na CRE e aos atuais gestores e que pode ser consultado na escola:
CONTAS DO CONSELHO ESCOLAR ENSINAR PARA EDUCAR
BANCO DO BRASIL: Agência 1182-7
1 – PDDE – 11391-3; Saldo em 31/12/2014: R$109,81;
2 – PNAE – 17.957-4; Saldo em 31/12/2014: R$19.490,20;
3 – PROAFI – 11292-5; Saldo em 31/12/2014: R$28.494,99 – R$10.000,00 = R$18.494,99;
4 – PDDE INTEGRAL/MAIS EDUCAÇÃO – 44.149-X; Saldo em 31/12/2014: Mais Educação: R$20.959,40 + Escola Aberta: R$4.341,85 = R$25.301,25;
5 – PDDE SUSTENTÁVEL – 49212-4; Saldo em 31/12/2014: Escola Sustentável: R$3.807,04 + Mais Cultura: R$9.280,79 + Atleta na Escola R$289,53 = Total: R$13.377,36;
6 – PDE/PME – 20.073-5; (sem recursos);
7 – PROFIPES – 30.901-X; (sem recursos);
8 – PAF – 40.479-9; (inativa) com recursos a ser disponibilizado em 2015 em substituição ao PME, devido ao baixo IDEB nas Séries Finais em 2011;
9 – SUPRIMENTOS DE FUNDOS – 44.129-5; (inativa);
TOTAL DE RECURSOS DISPONIVEIS: R$76.773,61
10 – RECURSOS PRÓPRIOS DA CANTINA ESCOLAR: Disponibilizados em moeda corrente: R$106,00 (Diretor) + R$230,00 (Vice Diretora) = R$336,00;
– Foram repassadas 07 requisições de vale gás P45 (01/10/2014) a serem retiradas na empresa Rondogás;
Obs.: A receber:
1 – Faltou ser repassado alguns reais pela Vice Diretora que não soube precisar o valor;
2 – Ficaram R$200,00 pendentes a receber pelo aluguel da Cantina Escolar referentes ao mês de dezembro/2014;
3 – Ficou em haver R$617,10 (notas repassadas) a receber em mercadorias do Supermercado Nova Esperança (Paulo Reginatto-ME) que decretou falência, mas havia se comprometido com a Escola em ressarcir o crédito assim que se reerguesse financeiramente, o que não ocorreu até o momento.
Portanto, caros leitores, dizer que não se tem acesso aos recursos por questões documentais é aceitável, mas acusar a falta deles por desvio é criminoso.
Segundo Paul Valéry “quem não pode atacar os argumentos ataca o argumentador”; certamente que não seria correto manter silêncio eloquente; afirmo que em caso de processo não temo a quebra de meus sigilos fiscais (bancários/imposto de renda) e telefônicos, o que não posso afirmar sobre outros(as) que, às vezes, pautam as ações dos próximo baseando-se na própria conduta. Como é cultural na Escola Machado, desde sua fundação, as famosas denúncias anônimas, não me surpreendem, pois esta é atitude de pessoas covardes que vivem nas trevas e não têm coragem de assumir o que pensam à luz do dia. Haveria muitas outras comprovações que poderia trazer à luz dos leitores, mas não quero cansá-los; para os interessados tenho documentado os reais motivos de minha interferência no processo eleitoral da escolha de diretores, dentre outros assuntos irrelevantes que não carecem ocupar vosso tempo, cite-se os programas implantados como Mais Cultura, Segundo Tempo, Mais Educação, Escola Sustentável, PAA Solidário, etc.
Agradeço a todos os alunos, pais, colegas, ex-alunos e conhecidos que se solidarizaram, inclusive àqueles que se dispuseram a depor, o que não será o caso, e desejo sucesso à Escola que assumi em condições precárias, com baixo IDEB, e entreguei em condições dignas de trabalho e preparada para vencer seus desafios, graças àquela comunidade escolar que sempre esteve presente e cumpriu, em cada segmento, com suas obrigações. Volto para a sala de aula com a certeza do dever cumprido, disposto a retomar o que sempre fiz de melhor, que é lecionar, e caso tenha ficado alguma obscurescência, desculpem o neologismo, não me esquivarei em desanuviar.
Obrigado a todos, subscrevo, Professor Ronildo do Nascimento.
Texto: Ronildo do Nascimento
Foto: Divulgação