@@@ O deputado estadual Luizinho Goebel (PV), o “amarelinho”, no mundo político, pode ser elegantemente chamado de “articulador”. O cara que mexe mundos e fundos para conseguir ajeitar e resolver algum problema.
@@@ Entretanto, a atitude do deputado pode ser vista de maneira negativa desde o ponto de vista moral, ao ponto de poder ser chamado popularmente de “vira-casaca”. A expressão representa o cara que troca de opinião conforme seus interesses, a qualquer momento, sem medir as consequências, agora sim, neste caso, morais.
@@@ Porém, esse comportamento levou Luizinho a ser o líder do governador na Assembleia Legislativa, mesmo tendo criticado, de maneira contumaz, Confúcio Moura (PMDB) na campanha eleitoral de 2014, quando o chefe do executivo tentava a reeleição. Num dos seus acalorados discursos, o deputado disse que “Confúcio é o pior governador da história de Rondônia”, e que não dá nem para confiar na agenda do “carequinha” porque marca os compromissos e depois fura.
@@@ Na ocasião, o deputado defendeu com unhas e dentes o ex-senador Expedito Junior (PSDB), que tentava chegar ao Palácio Getúlio Vargas. Não conseguiu. Ele já defendeu (e até agora defende) o senador Ivo Cassol.
@@@ Mas, não se assustem. Esta prática de virar para um lado e depois para outro não é de hoje. Surgiu no século 18 com Carlos Manuel III, duque de Savóia e rei da Sardenha, monarca que realmente costumava virar a casaca, conforme seus interesses políticos.
@@@ Constantemente ameaçado, ora pela Espanha, ora pela França (países com os quais se envolveu em conflitos), via-se obrigado a fazer alianças vez com um, vez com outro. Por isso, mudava as cores de sua casaca de gala de acordo com seus aliados no momento, fossem eles franceses ou espanhóis. Tanto virou a casaca que permaneceu no poder por 43 anos. Pelo jeito, Luizinho está levando à risca o aprendizado. Bom aluno!
@@@ Aliás, uma prova de que o jeito “vira-casaca” está dando certo já aconteceu. Conforme ele anunciou há alguns dias, o governo atendeu seu pedido e vai implantar uma residência do Departamento de Estadas e Rodagens (DER), em Vilhena. Ele deve indicar um “companheiro” (como diria o petista Lula) para coordenar as ações da pasta. Entre outras questões, o deputado também deve obter – como prova de sua “fidelidade” ao governo – alguns cargos para acomodar seus afiliados na região do Cone Sul.
@@@ Mudando de assunto. Somando 21 cadáveres em pouco mais de quatro meses do ano, Vilhena definitivamente está entregue à violência. Hoje as pessoas não conseguem mais saber onde está o perigo, antes restrito a periferia e praticamente atingindo de forma mortal a marginalidade.
@@@ O assassinato de um empresário dentro de um supermercado há menos de 500 metros da 1ª Delegacia de Polícia Civil e em horário comercial, chocou os vilhenenses na quarta-feira, 13, apontando que os criminosos não temem mais as forças de segurança.
@@@ O sucateamento do setor de Segurança Pública, que agrega falta de equipamentos, armamento, viaturas e recursos humanos faz com que o medo impere na comunidade, e o Estado não mostra sequer boa-vontade de enfrentar a questão.
@@@ O acúmulo de crimes contra a vida sem solução, não porque os servidores da SSP são incapazes, mas pela ausência de condições de trabalho faz com que malfeitores semeiem pânico e desordem no outrora pacato “Portal da Amazônia”. É preciso que o governo intervenha de maneira contundente, ou pelo menos intervenha de alguma forma para evitar a previsível instalação do caos no Município.
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Extra de Rondônia