Com objetivo de discutir temáticas que envolvem história e ciências humanas será realizado no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), de Vilhena, vai realizar nesta terça-feira, 23, a segunda sessão temática do projeto “Extensão História, Cinema & Tecnologia”.
O projeto será realizado durante o período de 10 meses, com uma sessão por mês, tendo como público alvo professores e estudantes da rede pública Estadual e do IFRO.
Durante o evento desta terça-feira será exibido o filme o premiadíssimo documentário “Corumbiara”, de Vincent Carelli, e seguido de exposição sobre a temática e debate com os presentes.
O debatedor dessa segunda sessão temática será o prof. Dr. Juliano José de Araújo, do Departamento de Comunicação Social/Jornalismo do Campus de Vilhena da UNIR. Juliano é um estudioso do projeto vídeo nas aldeias, projeto no qual o documentário exibido foi produzido.
Para o coordenador do Projeto, Prof. Márcio M. Martins que é historiador e professor do IFRO de Vilhena, a iniciativa tem possibilitado debater temas que na maioria das vezes não se aborda nas salas de aulas.
“Nosso projeto visa trazer novos elementos e temas que muitas vezes são pouco debatidos em virtude da complexidade, polêmica ou até mesmo condições materiais. Nosso espaço quer ser o mais dialético e dinâmico possível”, disse o professor.
A mostra será realizada no Auditório do IFRO de Vilhena entre as 13h às 17h e tem como tema História Regional e Povos Indígenas.
SOBRE O DOCUMENTÁRIO
Realizado pelo Vídeo nas Aldeias, o longa retrata o massacre de índios na gleba Corumbiara, ao sul de Rondônia, que teria sido praticado por fazendeiros de gado da região. Eles não queriam que suas terras fossem demarcadas pela Funai, que impediria sua exploração comercial.
Leiloada durante o governo militar, a gleba é o cenário do massacre, em 1985. Apesar dos visíveis sinais da tentativa de apagar as evidências do crime, filmadas pelo documentarista Vincent Carelli, e denunciadas pelo indigenista Marcelo Santos, o caso caiu no ostracismo.
Dez anos depois, o encontro de dois índios desconhecidos em uma fazenda oferece a primeira oportunidade a Santos e Carelli de retomar o fio desta história e revelar a continuidade dos crimes contra os povos indígenas. Neste filme, realizado ao longo de mais de 20 anos, abre-se espaço também a uma autocrítica das próprias estratégias indigenistas.
Entre outros prêmios, o filme recebeu Menção Honrosa no É tudo verdade – 14º Festival Internacional de Documentário, São Paulo; Prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popuar no IV Festival de Cinema Latino Americano de São Paulo; Prêmio de Melhor Documentário no 19º Festival Présence autochtone – Muestra de cine y video indígena de Montréal, Montreal/Canadá; Grande Prêmio Cora Coralina no XI FICA – Festiva Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, Goiás; e Prêmio de Melhor Filme, Melhor Direção, Melhor Montagem, Melhor Filme do Júri popular no 37º Festival de Cinema de Gramado. Reprise. 117 min.
Texto: Extra de Rondônia
Foto: Divulgação