ivanir-aguiar-222122-300x265Temos lido constantemente, através de sites, jornais e outros órgãos de comunicação acontecimentos que vêem se abatendo na cidade, o estado de encontros e desencontros em que vive a sociedade brasileira. É uma pena que isto esteja acontecendo em nosso município também, porque estamos sentindo na carne o desespero de amigos que conseguiram enriquecimento rápido. Se por envolvimento ou por característica natural do ser humano. Entretanto, causa-nos perplexidade sentirmos que a maioria está sendo jogada à execração pública. Não vamos nos ater se são ou não culpados, embora sentimos que alguns que mesmo tendo pago sua culpa através de qualquer processo civil ou criminal, levantaram a cabeça e estão tentando se erguer com a força da sua vontade e fé em Deus, o que precisamos é darmos a mão a essas pessoas que tem essa vontade. Não adianta a gente pisar em cima e dizer que estão mortos para a sociedade; não adianta estarmos condenando, o importante é que elevemos a fé no altíssimo e procuremos ajudar a essas pessoas que se propõe voltar à vida cotidiana. Há realmente o recalcitrante, aquele que vive apenas na vida do crime e outros cometimentos ilícitos, mas há também aqueles que erraram, e estão pagando suas penas ou já pagaram, para com a sociedade e desejam voltar à vida normal. Se formos condenar novamente essas pessoas, fatalmente estaremos incorrendo no mesmo erro. A ressocialização dos presos depende muito da maneira como a gente vê e, principalmente, das oportunidades que poderemos oferecer no sentido da sua volta. Sua volta ao seio da família, da sua gente e, da sociedade.

Nós que trabalhamos neste setor, sabemos bem de como é triste um apenado ou ex, sair às ruas em busca de emprego, ser humilhado e execrado porque cometeram ilícito. Aqueles que têm bom comportamento encontram sempre às portas fechadas. A sua volta ao lar vendo sua família passando dificuldades, sem poder fazer nada, tendo em vista que não recebeu ajuda da própria sociedade, fatalmente voltarão a delinqüir nas diversas modalidades. Por isso vamos bradar um grito de esperança a essas pessoas que após uma triagem através dos órgãos responsáveis, possam arranjar um emprego decente, para sustentarem seus familiares. A própria Lei de Execuções Penais, prevê que todos têm a oportunidade de voltar à sociedade, por isso, dá todo o apoio neste sentido procurando ir ao encontro das necessidades daqueles que, por um motivo ou outro, enveredaram pelo caminho do ilícito penal, é primordial e necessário.

Não adianta apenas a sociedade se abster de ajudá-los. A sua participação no contexto é da maior relevância para a ressocialização. Esse é o propósito que as Varas de Execuções Penais, em conjunto com os núcleos da Defensoria Pública e Ministério Público  estão colocando com mais afinco. O que está faltando, a meu ver, é um estudo sobre as modificações no Código Penal que já está mais que ultrapassado. Será que os nossos doutos políticos têm interesse nessa modificação? O problema é tão sério que, se não for feito algo em favor, a tendência é piorar. Se ficarmos em nossa poltrona, vendo televisão, assistindo novelas apenas, não iremos facultar o direito à cidadania nem punir a que todos têm direito.

Por isso, mais uma vez, solicitamos aos políticos, empresários e pessoas responsáveis pela vida em sociedade, que dêem apoio ao trabalho que vem sendo realizado, na Casa de Detenção, na Colônia Penal, onde, além de assistência médica e psicológica, são ministrados cursos profissionalizantes com o apoio de algumas entidades do município, além da participação incondicional da Vara de Execuções Penais e do Conselho da Comunidade de Vilhena que, diga-se de passagem, construíram a Casa de Apoio ao Egresso, para que ali ele encontre o ancoradouro de um Porto Seguro.

Resta-nos como cidadãos, darmos a mão e levantá-los da areia movediça em que se encontram para que eles procurem ver o lado bom da vida.

Ivanir Aguiar é jornalista e membro da Academia Vilhenense de Letras

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