
O mês de fevereiro está começando; todos deveriam estar focados em planejamento e novos projetos; em explorar melhor os mercados existentes e potenciais; no avanço de nossas empresas e seus negócios.
Contudo, a realidade é outra e distinta: os EUA deram início a uma guerra tributária internacional, em defesa de seu mercado interno, com consequências preocupantes e imprevisíveis. A imposição de uma taxa elevada de 25%, sobre os produtos importados pelos norte-americanos, é algo estarrecedor!
Os especialistas afirmam que esse ato representa um grande retrocesso econômico, porque agressivo e imediato, sem diálogo prévio entre as partes, nivelando todos com a exportadores com a mesma alíquota. Com essa postura, as nações mergulham numa guerra sem fronteiras; distorcendo assim os preços dos produtos; afetando a lei da oferta e da procura; provocando a quebra de contratos… Esta medida tem tudo para gerar inflação, dificultar o comércio internacional e prejudicar os exportadores.
Sabemos que os EUA têm delicados problemas internos, envolvendo aspectos fiscais, déficits públicos, inflação, endividamento e taxa de juros. Contudo, a estratégia escolhida parece imprópria; seus impactos preocupam a todos; ela vai contra tudo aquilo se construiu e avançou, nos últimos anos, na área econômica e financeira.
A comunidade mundial esperava que os EUA tomassem medidas e/ou remédios, inovadoras e agressivas. Contudo sua aplicação repentina, sem um tempo para que os envolvidos pudessem se preparar para recebê-las, aceitá-las e se adaptar à elas. É impressionante a força, a autoridade e o poder do cargo de presidente da república desse país, independentemente do envolvimento/respaldo do congresso nacional.
Compreendemos que a maior economia do mundo, em meio às suas dificuldades, tenha pressa e foco. Creio que somos sensíveis à gravidade de seus problemas. Vale lembrar que os EUA têm o maior PIB do mundo; tenham a moeda mais forte e utilizada do globo. Também temos ciência do papel de ser guardião mundial da democracia; do liberalismo econômico e dos valores do capitalismo; de se empenhar na busca da paz mundial e não na expansão de sua área territorial.
A exuberante Alemanha também passa, por delicadas questões econômicas e sociais. Ela já começou a tomar decisões amargas e necessárias. Milhares de empregos foram fechados no país, para que se ajuste o tamanho do estado à receita possível decorrente de sua atividade econômica. Tal postura em nada é comparável às atitudes do novo governo americano.
As incertezas e preocupações crescem sem parar. A qualquer momento, podem surgir situações inusitadas; quer queiramos ou não; quer sejam justas ou não. Todos temos que aprender a conviver com essa realidade; urge reagir de modo sábio e eficaz. Que esta crise estimule a criação de novas alianças; desenvolva e integre mais nações e mercados regionais. Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.