quinta-feira, 13 de março de 2025.
Posto Miriam

8 documentários de Celina Torrealba

Vip

A arte cinematográfica sempre foi um veículo poderoso para contar histórias e explorar os meandros mais profundos da condição humana — e, entre os muitos cineastas contemporâneos, Celina Torrealba se destaca no universo dos documentários. A jornada de Celina se estende por diferentes continentes e áreas de conhecimento, culminando em uma rica tapeçaria de filmes documentais que capturam a essência da vida, da cultura e das complexidades sociais.

Ao longo dos anos, Celina Borges Torrealba Carpi mergulhou em uma variedade de tópicos, desde questões socioambientais até retratos detalhados de culturas diversas, sempre com um olhar sensível e perspicaz. Sua sólida formação inclui cursos em renomadas instituições como NYU, Université Paris 1 Panthéon-Sorbonne, e INSEAD.

Essa base definiu o estilo único de contar histórias de Celina Torrealba, que dirigiu e produziu diversas obras documentárias renomadas através da produtora que criou, a Donna Features. Neste artigo, confira 8 documentários de Celina Borges Torrealba Carpi e as suas participações em cada um desses trabalhos.

  1. “Baltazar est la” (França, 2019)

O Transtorno do Espectro Autista (TEA), conhecido popularmente como autismo, é uma condição atrelada ao desenvolvimento cerebral que se caracteriza por dificuldades na comunicação e socialização, além de padrões de comportamentos repetitivos. Crianças e adultos com TEA em um nível mais severo podem precisar de cuidados por toda a vida — e sobre esse tema “Baltazar est la” se debruça.

O documentário foi produzido na França através da visão e perspectiva de Tereza, a mãe de um garotinho diagnosticado com autismo severo, chamado Baltazar. Nele, são retratadas as batalhas diárias e desafios da inclusão e cuidado de uma criança no espectro autista, com as pequenas vitórias e ternura de uma mãe com o seu filho. Dirigido por Amanda Dias, o filme “Baltazar est la” contou com a edição de Celina Torrealba e produção de Les Ateliers Varan.

  1. “The Breeding Shed” (EUA, 2022)

As corridas de cavalos são, historicamente, uma das indústrias mais dominadas pelos homens. Em “The Breeding Shed”, filme premiado mundialmente, essa visão é desafiada em uma narrativa que demonstra como o universo das corridas de cavalo puro-sangue nos EUA vem se tornando cada vez mais feminino através da experiência de três mulheres em diferentes fases da sua carreira. O documentário segue os desafios diários dessas três personagens na fazenda Three Chimneys, situada na cidade de Lexington, em Kentucky, EUA, onde são criados atletas equinos.

Em “The Breeding Shed”, Celina Torrealba atua na produção, cinematografia, som e edição. A obra tem produção executiva de Marcia Rock, e mixagem de som e colorização de Paulo de Andrade, com narração de Lori Shourds. Pela sua maestria técnica e por dar voz às mulheres na indústria de criação de cavalos puros-sangues, o aclamado documentário recebeu diversas premiações, inclusive no Amsterdam Short Film Festival (2022), no EQUUS International Film Festival(2022) e no First Women Film Festival (2022).

  1. “Huele la Vida” (França, Chile e Brasil, 2023)

Um tributo ao poeta, escritor e diplomata Ernesto Torrealba, “Huele la Vida” foi lançado na França, Chile e Brasil. A narrativa compreende a história de amor de Ernesto com a esposa, Maria Moreira, e a descoberta das alegrias da paternidade um pouco antes da sua morte prematura. Este retrato de Paris nos anos 1920 é ilustrado com as próprias palavras e vivências do escritor, mediante registros de seu diário, fotografias familiares e imagens de arquivo.

“Huele la Vida” é dirigido, produzido e co-editado por Celina Borges Torrealba Carpi, demonstrando a versatilidade de papéis da cineasta em uma só obra. Além de Celina, o documentário também teve a edição de Luiz Felipe Menescal, narração de Arturo Cussen e pesquisa de Monique Zaccour.

  1. “O Tempo das Chuvas” (EUA e Brasil, 2023 – em produção)

Em “O Tempo das Chuvas” é contada a história de duas mulheres que viveram em meados do século XX: a brasileira Lota de Macedo Soares e a poeta americana Elizabeth Bishop. Ícones da sua época, elas compartilharam uma relação apaixonada mesmo com diversos desafios pessoais e sociais. O filme traz as palavras que Lota e Elizabeth escreveram e os lugares em que viveram para contar a sua vida e relacionamento, enquanto explora o relevante tema das mulheres nas artes durante o século XX.

Celina Torrealba é responsável pela direção de “O Tempo das Chuvas”. Na obra, a especialista em documentários é apoiada por profissionais como Marcio Rosario, atuando na produção, Paulo de Andrade, na pós-produção e colorização, Andrea Moraes, na direção de arte e Antonio Venâncio, na pesquisa.

  1. “Dama da Floresta” (Brasil, 2024 – em produção)

Repleta de ecossistemas vitais para a produção e abastecimento de água e para o equilíbrio climático no país, a Mata Atlântica é uma das florestas tropicais mais ameaçadas do mundo, tendo sido reduzida a apenas 8% do seu tamanho original com o desmatamento. Contudo, há organizações e indivíduos que lutam cotidianamente para a sua preservação, e uma dessas pessoas é Marina Figueira de Melo.

O documentário “Dama da Floresta” honra a história de Marina, uma professora aposentada de 70 anos que batalha no coração da Mata Atlântica para preservar e restaurar a biodiversidade dos seus ecossistemas através da identificação e georreferenciamento de matrizes e coleta de mudas e sementes da vegetação nativa. Em “Dama da Floresta”, o sonho de Marina é desvendado: restaurar a diversidade da Mata Atlântica e ver a floresta com a sua biodiversidade genética completa, com uma muda de cada vez.

Essa obra dirigida por Celina Torrealba traz como temática central a missão grandiosa de Marina Figueira de Melo para demonstrar como o indivíduo pode promover mudanças notáveis em seu meio, valorizando e restaurando o que foi destruído.

  1. “Voto de Esperança” (Congo e Brazil, 2024 – em produção)

Em “Voto de Esperança”, Jacques Kwangala Mboma, o Padre Jacques, descreve a sua experiência como missionário africano no Brasil. A obra retrata as dificuldades do congolês para superar o racismo na sociedade e em sua igreja, e como ele trava essa luta contra o preconceito através da própria religião cristã.

Durante a entrevista documentada, Padre Jacques lista maneiras com que deixa os fiéis confortáveis com a própria ancestralidade e educa sobre as culturas do continente africano, seja com o uso da língua iorubá ou das roupas e músicas tradicionais da República Democrática do Congo durante as missas e celebrações. Celina Borges Torrealba Carpi é a diretora de “Voto de Esperança”, que está sendo produzido por Angela Vianna, com roteiro de Pedro Alvarenga.

  1. “Patrimônio Cultural em Petrópolis” (2024 – em produção)

Localizada na região metropolitana do Rio de Janeiro, Petrópolis é conhecida como Cidade Imperial pelo seu grande acervo de construções que remetem a esse período da história brasileira, como teatros, museus e palácios icônicos. Devido à riqueza cultural e tradição patrimonial de Petrópolis, mais de dez mil estruturas foram tombadas e designadas como patrimônio histórico na cidade — sendo sobre essa temática que se debruça a obra “Patrimônio Cultural em Petrópolis”.

O documentário de Celina Torrealba, com produção da Donna Features, aborda os desafios das famílias que vivem em Petrópolis, que, sem o incentivo para a aplicação dos códigos de preservação vigentes, têm dificuldades para manter as suas casas e veem o seu patrimônio cultural ameaçado diariamente.

  1. “Fresh Oil” (Portugal e Chile, 2024 – em produção)

A qualidade do azeite de oliva é um tema que gera muitas discussões, já que ela não pode ser determinada apenas pelas características sensoriais do produto, como também pelos seus atributos químicos e farmacêuticos. A série documental “Fresh Oil” explora como o mercado mundial do azeite vem moldando o gosto dos consumidores e impedindo avanços na produção desse óleo para um maior bem-estar global.

No documentário, dirigido por Celina Torrealba, se abordam elementos sociais, políticos, científicos e mercadológicos do azeite de oliva, o qual vai além de uma simples mercadoria. “Fresh Oil” é uma carta aberta dos consumidores sobre as suas dificuldades de encontrar azeite de alta qualidade nas prateleiras.

Apesar de atualmente se dedicar ao gênero documentário, Celina Borges Torrealba Carpi também trabalhou na produção de filmes internacionais renomados, incluindo “O Farol”, “Wasp Network — Prisioneiros da Guerra Fria” e “Port Authority”. Com a produção documentária, a cineasta se dedica a trazer à luz questões sociais e humanas, o que se reflete em sua extensa filmografia.

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