A. M, pai da aluna, esteve na redação do site / Foto: Extra de Rondônia

Um suposto caso de tortura em escola militar agita os bastidores policiais no município de Vilhena após um pai procurar a Delegacia de Polícia Civil (UNISP).

Após ir até o Ministério Público (MP) e ser orientado para registrar o caso na delegacia, o autônomo A. M, pai de uma aluna, esteve na redação do Extra de Rondônia para denunciar que sua filha teria sido punida com exposição prolongada ao sol. O caso aconteceu na terça-feira, 1º de outubro, na Escola Almirante Tamandaré.

Na redação do site e com o Boletim de Ocorrência (BO) em mãos, A.M apresentou fotos, relatando que V. F, diretor da escola, expôs sua filha ao sol por quase uma hora, por volta das 14h, no pátio da instituição.

Segundo ele, a punição teria sido aplicada sob a alegação de que a estudante estava com os cabelos soltos, o que não seria permitido pela escola. No entanto, o pai contesta, afirmando que a filha estava apenas arrumando os cabelos, sem descumprir as normas.

Segundo A. M, o diretor interpretou equivocadamente a situação e, como resultado, a adolescente foi retirada da sala de aula e forçada a permanecer em pé, com as mãos para trás, sob o sol, por quase 45 minutos. “Quando fui informado, imediatamente fui até a escola. Ao conversar com o pessoal da orientação, eles confirmaram que essa prática realmente acontece”, disse o pai.

A.M classificou a ação como “tortura” e afirmou que a exposição excessiva ao sol pode causar danos à saúde, como o risco de câncer de pele no futuro. Além disso, relatou que sua filha se sentiu humilhada diante dos colegas e afirmou que o diretor foi arrogante e desrespeitoso. “Ela ficou muito abalada e pediu transferência, faltando apenas dois meses para o fim do ano letivo”, contou.

Revoltado, o pai registrou o BO e disse que levou o caso ao Ministério Público e à Secretaria Municipal de Educação (SEMED). “Queria registrar como tortura, mas agora cabe às autoridades decidir como proceder”, afirmou.

Ele também apontou que a prática de expor alunos ao sol se tornou comum desde a implementação do modelo militar de gestão na escola. “Minha filha sempre foi uma aluna exemplar, com boas notas, mas agora se sente envergonhada e humilhada. Isso não é uma punição pedagógica, é desumano”, desabafou A. M, solicitando aos pais, para que conversem com os filhos que passaram por essa situação, que procurem o MP para as devidas providências.

DIRETOR REBATE ACUSAÇÕES

Procurado pela reportagem do Extra de Rondônia, o diretor V. F, se defendeu das acusações, mostrou vídeos e informou que registrou dois BOs contra a mãe (que também é professora na referida escola) da aluna envolvida no caso por ameaça.

Ele explicou que no dia 1º de outubro, durante a entrada dos alunos, a inspetora da escola fez uma orientação aos estudantes que estavam fora do padrão de uniforme. Disse que atualmente a única exigência é o uniforme de educação física, e que a inspetora estava abordando os alunos sobre a vestimenta. “Depois dessa interação, pedi para realizar vistorias nas salas de aula, e, na sala do nono ano, pedi para os alunos fora do padrão -incluindo a aluna envolvida no caso – se dirigirem ao pátio enquanto eu finalizava as vistorias”, relatou.

O diretor afirmou que registrou os nomes dos alunos que estavam fora do padrão e explicou que as regras da escola incluem amarrar os cabelos para evitar problemas como a proliferação de piolhos.

Segundo ele, as câmeras de monitoramento mostram que os alunos passaram apenas 12 minutos no pátio, o que seria um tempo normal para a entrada e saída da escola. W.F, enfatizou que sua intenção é manter a ordem e o respeito entre todos os alunos, e que as regras são aplicadas de forma justa, independentemente de quem sejam os pais dos alunos.

sicoob

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