
A guarnição do Patrulhamento Tático Móvel (PATAMO) da Polícia Militar foi acionada para atender a uma ocorrência de possível maus-tratos a crianças em uma casa na Rua 2527, no Bairro Jardim Social, em Vilhena.
No local, a equipe foi recebida por um policial militar que estava de folga. Ele relatou ter ouvido gritos de socorro de crianças vindos da rua lateral à sua residência. Ao verificar a situação, encontrou duas crianças, de 7 e 4 anos, abrigadas em uma distribuidora de bebidas próxima.
Segundo os relatos das crianças, elas haviam sido agredidas momentos antes pela mãe. O menino de 4 anos apresentava vermelhidão e inchaço no rosto, afirmando que as lesões foram causadas por ela. Já a criança de 7 anos relatou que sua mãe faz uso de medicamentos controlados e, ao combiná-los com bebida alcoólica, torna-se agressiva. A criança ainda informou que seu irmão de 2 anos permanecia dentro da residência sob os cuidados da mãe, situação que lhe causava extrema preocupação.
Diante dos fatos, a equipe policial foi até a casa das vítimas e tentou contato com a responsável pelo imóvel, identificada como J., de 34 anos, sem obter resposta. Temendo pela integridade da criança que permanecia dentro da casa, os policiais decidiram transpor o muro para acessar a residência e abrir o portão.
No interior do imóvel, J., foi encontrada em estado visível de embriaguez, demonstrando desorientação e fornecendo relatos desconexos sobre a situação. Durante a abordagem, segurou um de seus filhos com força excessiva pelo rosto, sendo necessário que os policiais a afastassem da criança.
Pouco depois, o esposo de J., identificado como M., de 28 anos, chegou ao local, vindo do trabalho. Ele confirmou que sua esposa faz uso controlado de medicamentos para ansiedade e que, quando ingere álcool, torna-se agressiva e descontrolada.
Com a chegada do marido, J., passou a ameaçar os policiais, dizendo: “Vocês vão se ver comigo”, “Vou matar vocês”, “Eu conheço o delegado, vocês estão fodidos”, “Vocês são uns PMs filhos da puta, uns bostas”. Em seguida, tentou agredir o esposo e desferiu tapas em um policial, sendo necessário imobilizá-la e algemá-la para garantir a segurança de todos os envolvidos.
Mesmo contida, J., permaneceu extremamente agressiva, tentando se jogar contra o solo e contra a viatura policial, exigindo reforço para sua condução.
O Conselho Tutelar foi acionado, mas informou que, como as crianças estavam sob os cuidados do pai, elas estavam tecnicamente seguras e que o caso seria acompanhado no dia seguinte.
Diante dos fatos, J., recebeu voz de prisão pelos crimes de maus-tratos, ameaça, desacato e resistência, sendo conduzida à Delegacia de Polícia Civil para as providências cabíveis.