quarta-feira, 16 de julho de 2025.

Obstrução Nasal: Quando tratar clinicamente e quando recorrer à cirurgia?

Dr. Breno Altoé Otorrinolaringologista – Especialista em Cirurgia Nasal e Rinossinusites/Foto: Divulgação

A obstrução nasal é uma das queixas mais frequentes nos consultórios de otorrinolaringologia.

A sensação de nariz entupido, além de ser incômoda, pode prejudicar o sono, a respiração, a prática de atividades físicas e até mesmo a qualidade de vida.

No entanto, entender as causas e os possíveis tratamentos – clínicos ou cirúrgicos – é essencial para indicar a melhor conduta a cada paciente. Principais Causas da Obstrução Nasal A obstrução nasal pode ter causas estruturais ou funcionais, sendo que muitas vezes ambos os fatores coexistem. Causas Estruturais: (orgânicas) Desvio de septo nasal – alteração comum na anatomia que pode ser congênita ou traumática.

Hipertroa de cornetos nasais – aumento das estruturas internas do nariz responsáveis por umidicar e ltrar o ar. Pólipos nasais – formações inamatórias benignas, geralmente associadas à rinossinusite crônica. Adenóides aumentadas – comum em crianças, podendo obstruir a via nasal posterior. Tumores nasais – mais raros, mas devem ser investigados em obstruções unilaterais persistentes. Causas Funcionais:

Rinite alérgica – inamação da mucosa nasal por alergias, levando à congestão e secreção. Rinite vasomotora – disfunção do controle vascular da mucosa nasal, sem origem alérgica. Infecções virais – resfriados e gripes podem causar congestão temporária. Diagnóstico: Avaliação Individualizada A avaliação começa por uma anamnese detalhada e exame físico. O uso de endoscopia nasal é um grande aliado, permitindo visualizar estruturas internas com clareza. Em alguns casos, exames de imagem como a tomograa dos seios da face são solicitados para investigação complementar. Tratamentos Clínicos Quando a obstrução nasal tem causa inamatória ou funcional, o tratamento é geralmente clínico. Os principais recursos incluem: Corticoides nasais (sprays) – reduzem a inamação, especialmente em casos de rinite e pólipos.

Anti-histamínicos – úteis nas rinites alérgicas. Lavações nasais com soro siológico – ajudam na higiene e umidicação da mucosa. Imunoterapia (vacinas para alergia) – indicada em rinites alérgicas persistentes. Descongestionantes orais ou tópicos – com uso controlado e temporário. Importante: O uso crônico de sprays descongestionantes (como oximetazolina) pode causar efeito rebote e piorar a obstrução.

Tratamentos Cirúrgicos A cirurgia é indicada nos casos em que o tratamento clínico não proporciona alívio suciente, especialmente quando há comprometimento anatômico. Entre os procedimentos mais comuns estão: Septoplastia, corrige o desvio de septo nasal. É uma cirurgia funcional, geralmente feita por via endonasal (sem cortes externos). Turbinoplastia, reduz o volume dos cornetos nasais hipertroados, podendo ser feita com bisturi, radiofrequência, microdebridador ou laser. Cirurgia endoscópica para pólipos nasais, remove pólipos e limpa seios da face comprometidos por rinossinusite crônica. Adenoidectomia, indicada especialmente em crianças com hipertroa de adenóides causando obstrução e roncos.

Pós-operatório e resultados as cirurgias nasais, quando bem indicadas, trazem grande melhora na qualidade respiratória. O pós-operatório requer cuidados como: Lavagens nasais frequentes, evitar esforço físico nas primeiras semanas, acompanhamento com o otorrino para limpeza e reavaliação.

A obstrução nasal nem sempre exige cirurgia. Muitas vezes, um bom controle clínico é suciente para aliviar os sintomas. No entanto, quando há alterações estruturais ou falha do tratamento medicamentoso, a cirurgia passa a ser a melhor opção. A avaliação por um otorrinolaringologista é fundamental para entender a causa da obstrução e indicar o melhor tratamento, sempre respeitando as necessidades e características de cada paciente.

Breno Altoé
CRM – MT 11058 RQE 5426
Otorrinolaringologista

Atende na Audiofono
Telefone para agendamento (69) 99914.1661

Compartilhe: