sábado, 06 de dezembro de 2025.

Ação da Patrulha Reforço impede possível execução em “tribunal do crime” e apreende 2 kg de crack em Vilhena

Policiais libertam duas pessoas que estavam amarradas e prendem integrantes do Comando Vermelho com arma de fogo, drogas e veículos usados no tráfico
Todos os envolvidos foram apresentados na delegacia para os procedimentos cabíveis

Na noite de sábado, 2, uma guarnição da Patrulha Reforço da Polícia Militar evitou o que poderia ter sido uma execução promovida pelo chamado “tribunal do crime”, durante patrulhamento no bairro Alto Alegre, em Vilhena.

Ao passarem pela Rua 912, conhecida no meio policial como “Boca de Fumo do Russo ou Bruxo”, referência ao proprietário do imóvel, D.A.S., os militares ouviram gritos de socorro vindos de uma residência.

Diante do evidente risco à vida, os policiais pararam para averiguação, momento em que se escutaram sons de correria e objetos sendo quebrados.

Na sequência, os policiais visualizaram duas pessoas em estado de desespero: F.D.S.A.S., e E.S.S. Uma delas ainda estava amarrada e a outra, recém-liberta, apresentava marcas de corda nos pulsos. Ambas clamavam por socorro.

Diante da situação, foi feito cerco policial. Dois suspeitos tentaram fugir pulando muros das residências vizinhas, mas foram alcançados e detidos. Tratavam-se de D.A., dono do imóvel, e J., menor de idade, que confessou ser integrante da facção criminosa Comando Vermelho (C.V.). Ambos sofreram pequenas lesões por conta da fuga e foram algemados por risco de nova evasão.

Durante a varredura no trajeto da fuga, os policiais encontraram cerca de 2 kg de crack em duas embalagens plásticas de cor verde, supostamente descartadas pelos suspeitos. Além disso, o menor portava uma pistola calibre .40, marca Taurus, municiada com quatro projéteis e com uma bala na câmara. A arma, com registro de furto ocorrido em Porto Velho em março deste ano, foi abandonada ao chão no momento da abordagem.

As supostas vítimas, F., e E., relataram que haviam estacionado em frente à casa apenas para usar o celular e tratar da venda de uma motocicleta, sem saber que o local era um ponto de tráfico.

Segundo os relatos, foram surpreendidos por D.A., armado, que os obrigou a entrar no imóvel. Uma vez no interior da residência, foram amarrados, ameaçados e expostos a uma chamada de vídeo com cerca de 20 a 30 membros do Comando Vermelho, buscando autorização para execução, sob acusação de serem integrantes da facção rival PCC.

Ainda conforme as vítimas, o menor insistia que ambos deveriam ser mortos, mas a chegada da PM impediu o crime.

Já os suspeitos apresentaram versão distinta. Alegaram que F., e E., compareceram ao local de forma voluntária para negociar drogas, mas que, ao descobrirem sua suposta ligação com o PCC, houve um desentendimento.

D., disse ainda ter ido até o carro das vítimas buscar os entorpecentes, sendo seguido por elas sem qualquer tipo de coação entrando no imóvel e sem sinais evidentes de ameaça.

Diante dos fatos, e considerando a apreensão da droga, a arma de fogo, os depoimentos e as imagens, a polícia concluiu pela suspeita de envolvimento de F., e E., no tráfico de entorpecentes. Ambos, portanto, foram detidos.

Além da droga e da pistola, os policiais apreenderam uma motocicleta Yamaha YBR preta, que, segundo o menor, seria de propriedade do Comando Vermelho e usada para ações criminosas. O veículo VW Fox vermelho das supostas vítimas, e os celulares de todos os envolvidos.

Vale destacar que, ao ser autorizado a avisar a mãe sobre a prisão, D.A., tentou danificar o celular fornecido pela guarnição, sendo contido a tempo. O aparelho teve a tela parcialmente danificada, mas continua funcionando.

Todos os envolvidos foram apresentados na delegacia para os procedimentos cabíveis.

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