sexta-feira, 05 de dezembro de 2025.

Na CPMI do INSS, “Careca” responde a deputado Coronel Chrisostomo e nega participação em esquema de fraudes

Depoente é suspeito de movimentar R$24,5 milhões em cinco meses e de pagar propina a servidores do INSS
Foto: Assessoria

O deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO) utilizou o tempo de perguntas, nesta quinta-feira (25), para cobrar explicações do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, durante sessão da Comissão Parlamentar de Inquérito que apura desvios em aposentadorias.

O parlamentar questionou a responsabilidade do depoente no esquema criminoso, pediu que revelasse detalhes sobre os beneficiados pelas fraudes e fez apelos para que o empresário colaborasse com a investigação.

Logo no início, Chrisóstomo lembrou que foi o primeiro parlamentar a levantar o tema da fraude contra aposentados no Congresso. “Quero dizer para Rondônia e para o Brasil que, se no fim de tudo o senhor for inocentado, eu mesmo pedirei desculpas. Mas até lá tenho o dever de cobrar respostas”, afirmou. O deputado perguntou se a consciência do empresário já havia pesada diante das denúncias. Antunes respondeu que não se considerava responsável, alegando que documentos em sua posse comprovariam que não participou do esquema.

O deputado reforçou que as investigações indicam a existência de outros envolvidos acima de Antunes. “O senhor não é a cabeça, há um patrão aí. Se colaborar, relatando como funcionava o processo, o destino do dinheiro e quem são os verdadeiros chefes, sua participação pode ser vista como contribuição à apuração”, disse Chrisóstomo. O depoente, no entanto, negou ter conhecimento do funcionamento da fraude e afirmou não ter participado do esquema.

Chrisóstomo também questionou sobre empresas ligadas ao acusado. Antunes confirmou que seu filho Romeu é sócio em alguns negócios e reconheceu que suas empresas prestaram serviços para outras companhias citadas nas investigações, como a Benfix, de Maurício Camisote. Explicou ainda que parte das firmas estava localizada no Setor Bancário Norte, em Brasília, com registros contábeis em endereços diferentes.

Em outra linha de perguntas, o deputado quis saber se o ex -ministro Carlos Lupi tinha conhecimento das fraudes. Antunes negou qualquer relação com o ministro. Chrisóstomo insistiu que o país precisa de respostas claras. “O povo brasileiro quer saber quem roubou os aposentados e pensionistas. Muitos idosos perderam sua saúde por causa do dinheiro que foi tirado deles”, disse.

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