Ao discursar na tarde desta segunda feira, 14, na Tribuna do Senado, Confúcio Moura fez uma análise profunda dos resultados das eleições municiais de 2024 no Brasil.
Além de demonstrar de uma vez por todas que as urnas são seguras, as eleições reforçaram a vocação democrática do País e a solidez das suas instituições.
“Nós estamos lutando contra e vivendo no Brasil ainda uma polarização muito forte; tem manifestação de ódio até entre pessoas da mesma família. Um parente ficou de mal com o outro por causa de política, um é de um lado, outro é do outro, e se afastaram. Então a coisa se radicalizou muito, mas a eleição deu uma resposta muito bonita de que o povo não quer radicalização; o povo quer serviço, quer trabalho”, afirmou.
A tranquilidade observada nas eleições é um indicativo, para Confúcio Moura, de que a polarização é episódica e localizada. “Um exemplo disso é que tivemos dez prefeitos de capitais eleitos no primeiro turno. Teve prefeitos com 90% dos votos. O Dr. Furlan, lá no Macapá, por exemplo, teve cerca de 85% a 90% dos votos – uma votação estrondosa. Por que um prefeito consegue uma votação tão grande assim? De certo, ele atendeu aos clamores dos aflitos, das pessoas mais pobres, das mães que precisam do SUS”, avaliou o senador.
Para Confúcio Moura, a supremacia do Centro Político no pleito está na reeleição de Eduardo Paes como prefeito do Rio de Janeiro. Histórico aliado do presidente Lula, o alcaide carioca é melhor gestor do que representante de um dos lados da polarização. “O Eduardo Paes, no Rio de Janeiro, com uma campanha bem no centro da polarização, foi reeleito pela quarta vez, como prefeito da cidade do Rio de Janeiro. E, assim, na soma geral das cidades grandes e pequenas do Brasil, a maioria dos prefeitos são de centro. Isto ocorre porque entre a população pode ter uma minoria – eu não saberia quantificar o quanto isso significa – que é extremista de direita ou extremista de esquerda”, ressaltou o parlamentar.
Ao continuar o discurso, Confúcio Moura enfatizou que são nos municípios onde a vida acontece, logo, é ali que as soluções são mais urgentes e necessárias. O debate sobre quem pode encaminhar melhor os problemas ou ter mais ou menos interesse e resolvê-los é secundária para a população. “A grande massa, os desempregados, os pobres querem saber da solução das suas aflições, dos seus dramas. Elas querem saber de ir lá a uma unidade de saúde e ser atendido rápido, receber a medicação, fazer os exames laboratoriais; eles querem saber do transporte coletivo mais rápido nas capitais, nas cidades grandes; eles querem saber do emprego; eles querem saber da solução dos seus problemas. E esses prefeitos deram respostas positivas a esse povo. Eles encaminharam soluções que agradaram à maioria da população”, afirmou.
Segundo Confúcio Moura, o sentimento enviesado sobre a polarização está mais na cabeça dos políticos e formadores de opinião do que na base da sociedade. Para ele, a polarização não é necessariamente um mal em si. Se fosse assim, os Estados Unidos não seriam o gigante que é. “Eu represento, aqui, o Estado de Rondônia. O Estado de Rondônia tem se caracterizado, desde a eleição de 2018, por ser um estado conservador de direita, parte de extrema direita. Nós somos oito Deputados Federais e três Senadores. Só tem eu que apoia o Lula. Apoio o Lula por quê? Eu sou do MDB, porque nós estamos no Governo! Temos a Simone Tebet, o Renan Filho e Helder Filho. Então, eu me sinto no Governo, pois sou partidário, sigo a orientação do partido”, enfatizou.
No entanto, para o parlamentar de Rondônia, a radicalização da polarização cegou a análise política por parte daqueles que buscam ganhos políticos e eleitorais com ela. “Em uma análise isenta sobre o Estado de Rondônia, eu posso dizer o seguinte: o que o Presidente Lula fez em Rondônia, nesses quase dois anos de Governo, foi, realmente, fantástico! A nossa rodovia – eixo único que atravessa o estado de ponta a ponta – estava intrafegável. Além disso, o Presidente Lula, aumentou substancialmente o orçamento do Dnit de Rondônia: no Governo passado, o orçamento era de 130 milhões por ano; agora, é 600 milhões por ano. Então, tivemos o orçamento quadruplicado. Ficamos quatro anos sem nenhuma casa; agora, estamos construindo novas casas e retomamos as construções de um conjunto habitacional, em Ji-Paraná, com 1.456 apartamentos”, enumerou Confúcio Moura.
A força da direita em Rondônia é vista pelo senador como natural e legítima, desde que ela também reconheça a legitimidade das outras correntes políticas que existem no estado. “Vejam: o crédito, para a agricultura familiar e para o agronegócio também, aumentou bastante. O Plano Safra foi importantíssimo para o Estado de Rondônia, mas, mesmo assim, a direita e a extrema direita persistem na sua postura refratária ao governo federal – e eu mantenho a minha posição. Eu quero que este governo dê certo. Eu não fiz aqui um discurso, eu não pedi um aparte de nenhum Senador, para criticar o governo passado, nenhuma vez! Tenho respeito por todos os Senadores e, do mesmo modo, sou respeitado e querido por todos. Fazemos aqui no Senado a grande política. E faço lá em Rondônia, a política republicana, grande, impessoal e suprapartidária”, concluiu Confúcio Moura.