O Ministério de Minas e Energia (MME) deve anunciar, nesta quarta-feira (16), a decisão final sobre a retomada ou não do horário de verão em 2024.
A medida, que havia sido extinta em 2019, está sendo reconsiderada como uma forma de aliviar a pressão no sistema energético brasileiro, especialmente em meio à pior seca enfrentada pelo país nos últimos 75 anos, conforme dados do Centro de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).
O ministro Alexandre Silveira, que já defendeu o retorno da medida, adotou recentemente uma postura mais cautelosa, indicando que a decisão será baseada em estudos técnicos apresentados pelo Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). O relatório do ONS sugere que a adoção do horário de verão poderia reduzir a demanda por energia em até 2,9% durante o horário de pico, além de gerar uma economia de R$ 400 milhões nos meses de outubro a fevereiro.
No entanto, há setores da economia que se opõem ao retorno imediato da medida. Representantes das companhias aéreas, por exemplo, apontam que a implementação pode gerar transtornos logísticos, como a necessidade de alterar horários de voos e conexões já comercializados. A Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear) solicitou um prazo mínimo de 180 dias para a adaptação do setor.
Apesar das divergências, o governo considera a necessidade urgente de reduzir o consumo de energia, especialmente em novembro, mês de maior demanda. Se aprovada, a mudança poderia entrar em vigor entre 15 e 20 dias após o anúncio oficial.
O horário de verão, que vigorava de outubro a fevereiro, era adotado em estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Goiás, entre outros, e sua possível volta ainda divide opiniões. Uma pesquisa do Datafolha apontou que 47% dos brasileiros são a favor da medida, enquanto outros 47% se opõem.