A Petrobras pode reajustar os preços dos combustíveis devido à alta do dólar, gerando preocupação para consumidores e empresários em todo país.
Em 2024, o real foi a 7ª moeda que mais se desvalorizou no mundo frente ao dólar, com queda acumulada de 1º de janeiro a 19 de dezembro, deixando o Brasil entre os países com pior desempenho monetário global.
A desvalorização da moeda brasileira pressiona a Petrobras a rever os preços nas refinarias. De acordo com notícias da imprensa, a estatal não reajusta o preço da gasolina desde julho do ano passado, gerando uma defasagem significativa em relação ao mercado internacional.
Para o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), a situação é alarmante. “O aumento do dólar combinado com a defasagem nos preços dos combustíveis pode gerar um impacto devastador, principalmente para nós, no Norte do país. Aqui, cada centavo a mais no litro de combustível reflete diretamente no bolso das famílias e na sobrevivência dos pequenos empreendedores”, afirmou.
Cálculos da Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis (Abicom) indicam que, em dezembro de 2024, a defasagem era de R$ 0,27 (9%) na gasolina e R$ 0,49 (14%) no diesel. No início de 2025, essa diferença já teria aumentado para 12%.
Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o preço médio da gasolina comum no Brasil está em R$ 6,15, podendo chegar a R$ 6,35 em alguns estados. O diesel, por sua vez, apresenta preço médio de R$ 6,06.
No estado de Rondônia, o impacto de um reajuste nos combustíveis seria ainda mais grave. A economia local depende fortemente do transporte fluvial pelo Rio Madeira, que, em 2024, registrou uma de suas piores marcas, com nível mínimo de 19 centímetros durante o período de estiagem. Essa baixa histórica agravou o escoamento de mercadorias e o abastecimento de combustíveis, já transportados por caminhões devido à ausência de refinarias no estado.
“Rondônia enfrenta uma logística extremamente desafiadora. Dependemos de caminhões e barcaças, e qualquer aumento nos combustíveis eleva os custos do transporte e, consequentemente, dos alimentos e outros produtos. Isso é insustentável para nossa população e para os empresários locais”, destacou o Coronel.
Especialistas alertam que a persistência desse cenário pode prejudicar a capacidade das importadoras de suprir o mercado nacional, especialmente em um contexto de subsídios aos combustíveis promovidos pelo governo federal.
“Meu compromisso é continuar cobrando soluções que não penalizem ainda mais a população do Norte. Precisamos de uma política econômica que priorize a redução de custos e promova um equilíbrio, ao invés de jogar essa conta no colo dos brasileiros”, concluiu o deputado.
As projeções para 2025 indicam uma inflação média de 5%, mas o aumento nos combustíveis pode agravar ainda mais a situação, tornando-se um dos grandes desafios econômicos para o ano.