O JP Morgan é um dos maiores bancos dos EUA. Opera regularmente em 100 países e emprega 313 mil funcionários. Considerando o total de ativos, ele ocupa o 1º lugar no ranking.
Assim sendo, há 3 meses atrás ele publicou sua visão sobre o mercado financeiro mundial; sobre as perspectivas econômicas e financeiras das principais nações.
Pois bem, ontem (10.03.25), ele revisou seu parecer anterior, evidenciando uma brutal mudança de orientação. Para ele, o mundo mudou! É admirável sua coragem. Estará ele certo ou errado? Convido o/a amigo leitor/a a examinar juntos quais os fatores que o levaram a mudança de visão e postura.
1.-Quatro meses depois de rebaixar as ações brasileiras, o JP Morgan está voltando ao mercado para recomendar a compra na Bolsa, evidenciando uma volta de 180 graus, a qual está marcando um crescimento econômico menor dos EUA e a volta por cima da China. É muito constrangedor quando uma instituição dessas tem de retratar-se.
2.-“O mundo mudou e estamos mudando também” justificou a equipe do banco. “Se isso acontecer na ausência de recessão nos EUA, esse deve ser um cenário bastante positivo para os países emergentes e o Brasil é um dos maiores betas para essa história”. Pior para o México, melhor para o Brasil. Os EUA mais fraco (crescimento real de 1% em vez 2%, como planejado), não são boa notícia para o México. O banco avalia que o crescimento da China passará de 3,9% para 4,3% no corrente exercício. Percebeu bem?
3.-Alguém pode afirmar que é inconcebível constatar que um banco tão grande, conceituado e competente, cujas ações subiram 20% na bolsa norte americana em 2024, possa dar uma guinada tão grande num curto espaço de tempo.
4.-Meu posicionamento é junto àqueles que procuraram se posicionar corretamente diante das guinadas políticas operacionais e políticas, certas ou erradas, que os líderes das maiores economias do mundo tomam a cada momento. Prefiro a verdade dura do que a ilusão enganosa.
Este é o tempo de voltar, nosso olhar crítico e perspicaz para a conjuntura mundial; de selecionar alternativas criteriosas para enfrentar diferentes cenários; de constituir um plano emergencial apropriado e compatível.
Não podemos expor o presente e o futuro de nossas empresas, à incoerência e insensatez de certos governantes. Salta aos olhos de todos que “o mundo mudou”; que urge erguer vozes sábias e serenas em meio ao caos. Errar é humano, mas persistir no erro é burrice (ditado). Pense nisso enquanto lhes digo até a semana que vem.
