
Para o deputado federal Coronel Chrisóstomo (PL-RO), a luta por justiça não pode ter dois pesos e duas medidas. Enquanto a esquerda anistiou, no passado, aqueles que pegaram em armas e atacaram o Estado, hoje se recusa a sequer debater a liberdade de quem protestou sem armas no dia 8 de janeiro.
Como vice-líder da oposição na Câmara, Chrisóstomo tem sido uma das vozes mais firmes na obstrução parlamentar, um direito legítimo da minoria, para pressionar o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), a colocar em votação o PL da Anistia. “Não estamos contra o Brasil, estamos contra a injustiça”, afirmou.
O parlamentar argumenta que a esquerda, que hoje governa o país, já utilizou da anistia no passado para beneficiar pessoas que participaram de ações violentas antes do regime militar, incluindo aqueles que roubaram o Estado e atentaram contra a vida dos cidadãos. “Essas pessoas foram anistiadas e hoje muitos deles ocupam cargos políticos. Mas agora, aqueles que estavam em Brasília em 8 de janeiro, sem portar armas, estão sendo tratados como criminosos perigosos”, criticou o Coronel Chrisóstomo.
O deputado reforçou que a oposição não aceitará a tentativa de criminalizar aqueles que pensam diferente. “O que nos parece é que não querem que a direita volte ao poder em 2026. O que queremos é apenas justiça e igualdade de tratamento”, afirmou.
A obstrução vem sendo conduzida de forma estratégica em diversas comissões da Câmara. Nesta terça-feira (2), os trabalhos foram paralisados nas Comissões de Minas e Energia e de Cultura, interrompendo votações e intensificando a pressão sobre a presidência da Casa. O objetivo é claro: garantir a inclusão do PL da Anistia na pauta. “Queremos apenas que a anistia seja votada. Se é para disputar, que seja em igualdade de condições, sem perseguições. Isso é democracia”, declarou o deputado.
Coronel Chrisóstomo também lembrou que o socialismo já era um objetivo da esquerda antes do regime militar e que muitos dos que participaram daquele período foram beneficiados com anistia, mesmo tendo cometido crimes graves contra o Estado e a população. “A diferença é que em 8 de janeiro não houve armas, não houve mortes, e mesmo assim, estão tratando essas pessoas como inimigas da pátria”, disse.