sexta-feira, 05 de dezembro de 2025.

UNIR promove mesa-redonda sobre Literatura Surda e reforça compromisso com a inclusão em Vilhena

Evento reuniu docentes, estudantes e comunidade surda / Foto: Divulgação

A Universidade Federal de Rondônia (UNIR), Campus de Vilhena, realizou no fim do mês de setembro a mesa-redonda intitulada “Literatura Surda: teorias e práticas”. O evento ocorreu no auditório da Biblioteca Paulo Freire e reuniu docentes, estudantes dos cursos de Letras, Pedagogia e Administração, além de intérpretes de Libras e membros da comunidade surda.

Organizado pelos professores Marcos Aparecido Pereira, Rosana Nunes Alencar e Fernanda Emanuelle Souza de Azevedo, a atividade teve como objetivo fomentar o debate acadêmico e social em torno da Literatura Surda – uma expressão artística em expansão no Brasil que promove a valorização da identidade surda por meio da produção literária visual, gestual e performática.

Compuseram a mesa-redonda as professoras Cleide Ribeiro (SEDUC), Fernanda Emanuelle Souza de Azevedo (UNIR – Campus de Vilhena), Nathali Machado (UNIR – Campus de Porto Velho) e o professor Márcio Richarles dos Santos Pontes (UNIR – Campus de Vilhena). Os convidados compartilharam suas experiências e pesquisas sobre o tema, apresentando os fundamentos teóricos da Literatura Surda, suas especificidades e seu papel fundamental na preservação e disseminação da Cultura Surda.

Durante o evento, os participantes puderam assistir a manifestações artísticas protagonizadas por alunos surdos, como a performance musical da estudante Kimberly Montibeller Santana, que compôs a canção “Jardim da Esperança”, em homenagem ao Dia Nacional do Surdo, celebrado em 23 de setembro. A apresentação emocionou o público presente e reforçou o potencial da arte como ferramenta de empoderamento e inclusão.

Para o diretor do Campus de Vilhena, professor Dr. Claudemir da Silva Paula, eventos como este demonstram o compromisso institucional da UNIR com uma educação pública mais inclusiva e sensível às diversidades culturais e linguísticas.

“A UNIR tem o papel de garantir espaço para todas as vozes, especialmente aquelas historicamente invisibilizadas. Discutir a Literatura Surda é uma forma de reconhecer a potência da comunidade surda como produtora de cultura e conhecimento. Acreditamos que promover acessibilidade não é apenas uma exigência legal, mas um valor ético e um dever institucional”, destacou o diretor.

A mesa-redonda também trouxe à tona reflexões inspiradas pela escritora nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie, citada por docentes ao longo do evento. Ao falar sobre o “perigo de uma história única”, a autora reforça a importância de múltiplas narrativas para a construção de uma sociedade mais justa. Nesse sentido, a Literatura Surda emerge como um campo promissor que rompe silêncios históricos e amplia as possibilidades de representação da experiência surda no cenário artístico e acadêmico.

O debate proporcionado pelo evento contribuiu para fortalecer o diálogo entre universidade, comunidade surda e sociedade em geral, ampliando as fronteiras do conhecimento e reafirmando a missão da UNIR de promover uma educação transformadora, inclusiva e conectada com as demandas sociais.

Ações como essa reforçam a urgência de continuar investindo em iniciativas que assegurem acessibilidade, valorizem a diversidade e fortaleçam o papel da universidade pública como agente de mudança social e cultural na região amazônica.

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