
Monitores do transporte escolar relataram dificuldades e riscos enfrentados diariamente durante o trabalho, especialmente em linhas rurais onde precisam descer dos veículos para abrir porteiras em fazendas e sítios, no município de Chupinguaia, na região sul de Rondônia.
Segundo os profissionais, a prática não faz parte de suas atribuições e tem colocado a categoria em situação de insegurança.
De acordo com os monitores ouvidos pelo Extra de Rondônia, em vários trajetos existem porteiras instaladas em corredores e acessos onde não haveria necessidade de estarem fechadas, o que obriga os trabalhadores a interromper o percurso, descer do veículo e abrir manualmente os acessos. Eles afirmam que a situação contraria orientações recebidas em reuniões e palestras com gestores municipais e representantes do transporte escolar, que reforçaram que monitores não devem entrar em propriedades com porteiras fechadas.
Os profissionais explicam que a responsabilidade do monitor é acompanhar os estudantes dentro do ônibus, zelar pela segurança, registrar chamadas e auxiliar no embarque e desembarque — e não atuar como operador de porteiras. Há relatos de linhas em que monitores precisam abrir quatro porteiras diariamente, e casos mais graves, como o de uma monitora que enfrenta até 17 porteiras no trajeto, incluindo acessos com estrutura eletrificada, oferecendo risco de choque elétrico.
NECESSIDADE DE ACORDOS ENTRE PREFEITURA E PROPRIETÁRIOS RURAIS
Os trabalhadores afirmam que a solução para o problema depende de diálogo direto da Prefeitura de Chupinguaia com os proprietários rurais. Eles defendem que cabe ao município negociar a instalação de mata-burros ou a abertura das porteiras nos horários de circulação dos ônibus escolares, garantindo a passagem sem intervenção dos monitores.
Segundo os relatos, em outras cidades da região, como Colorado do Oeste, Cerejeiras e Pimenta Bueno, o transporte escolar não entra em propriedades com porteiras fechadas; a entrada só ocorre quando há mata-burros instalados. Quando isso não é possível, as famílias são responsáveis por levar as crianças até o ponto adequado na estrada principal.
Os monitores afirmam que já buscaram soluções internamente, mas que até o momento não houve providências efetivas. Eles relatam sentir-se desamparados e expostos a riscos desnecessários.
PEDIDO POR SEGURANÇA E RESPEITO ÀS FUNÇÕES
A categoria reforça que deseja apenas trabalhar dentro das atribuições legais e com segurança, sem ser obrigada a realizar tarefas que não fazem parte da função de monitor de transporte escolar.
Os profissionais pedem que o município adote medidas para garantir o cumprimento das normas e que estabeleça acordos com os proprietários rurais para evitar a continuidade da prática.
O objetivo dos monitores, segundo relataram, é chamar atenção para a situação e buscar a regularização do serviço sem expor servidores e estudantes a riscos evitáveis nas linhas rurais de Chupinguaia. Assista ao vídeo abaixo:
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