
A morte do bebê Théo Vieira de Assunção, de três meses, ocorrida no último sábado (6 de dezembro), em Jaru (RO), levantou questionamentos sobre uma possível sequência de falhas no atendimento médico, desde o acompanhamento em clínica particular até o atendimento no Hospital Municipal.
A família, abalada, afirma que busca esclarecimentos e responsabilização.
Segundo relato dos pais, Théo — que tinha síndrome de Down, cardiopatia e alergia à proteína do leite de vaca (APLV) — apresentou uma reação grave após ingerir a fórmula Infantrini, prescrita por um pediatra da clínica onde o bebê realizava acompanhamento semanal.
A alergia à proteína do leite é uma condição que contraindica totalmente o uso de fórmulas compostas por derivados lácteos. Ainda assim, conforme a família, o médico teria assegurado que “não haveria problema” em administrar o produto.
Pouco tempo após consumir a fórmula, o bebê apresentou sintomas de piora rápida: episódios repetidos de vômito, diarreia — algumas vezes com sangue — e queda do estado geral. Os sintomas começaram ainda em casa.
Théo foi levado ao Hospital Municipal por volta das 23h de sexta-feira (5). De acordo com o pai, o bebê foi mantido em observação, recebendo soro, mas sem administração de medicamentos para dor. A família relata que ele gemia e chorava constantemente, comportamento considerado atípico para sua rotina.
A mãe e o pai afirmam que, desde as primeiras horas da manhã de sábado, solicitaram transferência urgente para outra unidade de saúde. Segundo eles, a regulação não ocorreu, apesar do agravamento do quadro clínico. Após mais de seis horas de espera, Théo não resistiu e morreu às 17h.
Em entrevista ao Extra de Rondônia, o pai, Wesley Vieira, relatou que o bebê passou aproximadamente 17 horas apresentando diarreia intensa e vômitos. Ele afirmou que Théo não tinha força para mamar e permaneceu chorando por longos príodos.
A família expressou indignação com o atendimento recebido, alegando negligência durante o processo: “Meu filho foi negligenciado, foi desumano o que fizeram com ele”. “Esperaram ele morrer pra fazer procedimentos que era pra ter feito antes”, complementou, encerrando que “queremos justiça por nosso filho”.
Os pais informaram que pretendem solicitar investigação formal para apurar as circunstâncias da prescrição da fórmula, o atendimento prestado na unidade particular e os procedimentos adotados no Hospital Municipal.
Até o momento não foram divulgadas notas oficiais da clínica, do hospital ou da Secretaria Municipal de Saúde de Jaru.









