O prefeito Flori Cordeiro Junior (Podemos), reeleito na eleição de domingo, 6 de outubro, com 74,43% de aprovação popular, o que representou 32.665 dos votos válidos (leia mais AQUI), visitou a redação do Extra de Rondônia para um bate-papo a respeito de suas ações à frente do Poder Executivo Municipal de Vilhena.
Flori respondeu a todos os questionamentos do jornalista Orlando Caro na manhã desta segunda-feira, 14.
Ele comentou o resultado das urnas, analisou a renovação na Câmara de Vereadores e falou sobre reorganização do serviço público municipal.
Flori também analisou os processos judiciais protocolados na justiça contra ele, por adversários políticos, por suposto abuso de poder econômico.
Ele também foi categórico em responder que não tem planos de concorrer a outro cargo na eleição de 2026. Confira a entrevista:
EXTRA DE RONDÔNIA: O senhor foi reeleito com 74,43% dos votos válidos. Como o senhor avalia esse resultado após uma semana das eleições?
FLORI CORDEIRO: Eu vejo isso como menos sobre mim e mais sobre o eleitorado. O que mudou foi o perfil do eleitor, não apenas o candidato. Vilhena cresceu muito, estamos agora com 108.500 habitantes, segundo o IBGE de julho. E, com esse crescimento, a mentalidade dos eleitores também mudou. As candidaturas de políticos tradicionais começam a sofrer desgaste, especialmente em Rondônia, que antes era um estado pequeno, majoritariamente influenciado pelos pioneiros. Mas agora isso está mudando, e já tivemos dois sinais dessa mudança em Vilhena. Na minha primeira eleição, já tive uma boa quantidade de votos, e agora esse número foi ainda maior, confirmando a tendência. Portanto, acredito que estamos diante de uma mudança histórica no perfil dos eleitores, e os políticos precisam se adaptar a isso.
EXTRA: Prefeito, agora reeleito, quais são as ações imediatas que o senhor pretende tomar à frente do Poder Executivo Municipal?
FLORI: Não há nenhuma ação diferente do que eu já fazia. Para mim, é até mais fácil, porque fui sincero na campanha, falei o que algumas pessoas não queriam ouvir, mas a maioria concordava. Está aí o resultado nas urnas. Continuarei sendo firme e focado em gestão eficiente para entregar resultados, e não apenas promessas vazias.
EXTRA: Haverá mudanças nas secretarias?
FLORI: No momento, nenhuma. Claro, isso é algo dinâmico, pode ser que alguém queira sair ou seguir outra direção, mas, por necessidade, não há mudanças previstas.
EXTRA: E com relação ao funcionalismo público, o que o senhor planeja para o próximo ano?
FLORI: Vilhena gasta entre 16 e 18 milhões de reais por mês com o funcionalismo público. Para que o seu leitor tenha uma ideia, a cada dois meses, gastamos o equivalente a um hospital da Unimed com o pagamento dos servidores. Precisamos organizar o serviço público para que ele realmente entregue resultados à população. Quero, por exemplo, que a prefeitura funcione em período integral, das 7h às 17h. Vamos contar com os servidores, que são fundamentais para isso, para reorganizar e maximizar o retorno desse investimento para a sociedade.
EXTRA: Dos 13 atuais vereadores, apenas 4 foram reeleitos. Como o senhor avalia a renovação na Câmara Municipal de Vilhena?
FLORI: Fico contente que a nossa coligação, composta por pessoas que compartilham nossas visões, tenha conseguido 11 das 13 cadeiras. A única oposição é do vereador Samir (atual presidente do Legislativo), que sempre foi contra tudo o que fizemos e continuará sendo. Por outro lado, estou satisfeito com o fato de que Gabriel Graebin, embora eleito como oposição, já conversou conosco e não quer fazer uma oposição destrutiva, mas caminhar junto pelo bem da cidade.
EXTRA: Acabou as eleições e agora o assunto no Legislativo é a eleição da Mesa Diretora. O senhor pretende participar desse processo?
FLORI: Não, acredito que o Legislativo deve ser independente. Temos 12 vereadores do nosso lado, e estou confiante de que eles encontrarão um bom caminho para escolher a nova presidência.
EXTRA: Durante a campanha, surgiram rumores de que o senhor ficaria apenas um ano e três meses no cargo de prefeito, caso reeleito, para concorrer a deputado federal na eleição de outubro de 2026. Isso procede?
FLORI: Hoje, a vontade da população é que eu continue como prefeito, e eu respeito isso. A menos que haja uma mudança significativa nesse desejo e eu veja uma maneira de ajudar Vilhena de forma diferente, não tenho planos de concorrer a outro cargo.
EXTRA: Seus adversários protocolaram três processos judiciais contra o senhor durante a campanha relacionados a abuso de poder econômico. Isso o incomoda? Como o senhor vê essa questão?
FLORI: Existem dois aspectos nessa questão: o jurídico e o político. No aspecto jurídico, quem decide é o juiz, não importa o que eu ou os Donadons achamos. Estamos defendendo nossa posição, acreditando que não houve nada de errado. No aspecto político, é lamentável que a família Donadon, liderada pelo Melki, tente, após perder a eleição de forma tão expressiva, instaurar uma espécie de “terceiro turno”. Isso prejudica a cidade. Nos últimos 10 anos, Vilhena teve sete prefeitos por conta dessa desordem política. Isso foi rejeitado nas urnas, e parte da minha vitória se deve ao descontentamento da população com esse tipo de política.
EXTRA: Quais são os projetos para o próximo ano, especialmente em obras e saúde?
FLORI: Continuaremos a reestruturar a saúde, uma decisão que tem se mostrado acertada. Nas obras, temos várias em andamento com o secretário Laércio, um dos melhores que já tivemos, e vamos seguir em frente. Na educação, faremos um grande investimento, cerca de 35 milhões de reais, para melhorar a infraestrutura das escolas. Mas, acima de tudo, quero organizar a prefeitura internamente para que ela funcione como uma máquina eficiente, independente de quem seja o prefeito no futuro.
EXTRA: Para finalizar, qual a sua mensagem para a população de Vilhena?
FLORI: Agradeço profundamente pelo apoio. O resultado nas urnas nos dá a força necessária para implementar mudanças duras, mas necessárias. Quando o prefeito tem uma grande quantidade de votos, ele tem a legitimidade para fazer essas mudanças. Então, obrigado à população, e contem comigo para continuar trabalhando por Vilhena.