A China acaba de comprar a maior reserva de urânio do Brasil, localizada no Estado do Amazonas. Ao todo, a empresa chinesa China Nonferrous Trade (CNT) pagou cerca de R$ 2 bilhões pela reserva, considerada uma das mais promissoras do país.
O anúncio, feito nesta semana, surpreendeu e gerou críticas no meio político. O senador Jaime Bagattoli (PL), por exemplo, lembrou que outras iniciativas de exploração na Amazônia têm entraves por parte do Governo Federal e de órgãos ambientais. Na prática, o parlamentar se refere à exploração de potássio no Amazonas e a pavimentação da BR-319, ambas fortemente criticadas pelo Ministério do Meio Ambiente.
“Enquanto os produtores rurais e a população da região Norte enfrentam restrições e o abandono, o Governo Lula autoriza que a China explore urânio em plena floresta amazônica. O que é uma contradição já que o mesmo governo impede a exploração de potássio em Autazes (AM) para a fabricação de fertilizantes e a recuperação da BR-319 que ajudaria no desenvolvimento da nossa região. Isso não é só uma contradição, mas um desrespeito com o povo da região Norte”, lamenta o senador.
Além da grave contradição por parte do governo, políticos da região também temem que a exploração de urânio pelos chineses fortaleça a indústria bélica por meio das usinas nucleares.
Estudos apontam que a Mina de Pitinga, localizada no município de Presidente Figueiredo (AM), também se destaca pela exploração de minerais estratégicos, como o nióbio e o estanho, essenciais para a indústria de alta tecnologia.
“Essa é mais uma prova de como o atual governo abdica de sua soberania em favor dos interesses estrangeiros, enquanto boicota a sua economia e sacrifica o produtor rural e o povo da Amazônia”, acrescenta o senador.