Lourival Júnior de Araújo Lopes/Foto: Divulgação

Já afastado do cargo por determinação, o secretário Lourival Júnior de Araújo Lopes , da pasta da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer do Estado (Sejucel), foi preso na manhã desta sexta-feira (13), pelo Ministério Público de Rondônia, durante a 2ª fase da Operação “Dionísio”, em Porto Velho.

O MP investiga esquemas de corrupção na liberação de recursos para eventos no estado, como a Expovel.

A prisão é preventiva, também foram determinadas novas buscas e apreensões, além de afastamentos dos cargos de servidores públicos que auxiliaram na supressão de provas, com proibição de acesso e/ou frequência às dependências do órgão público, pelo período de 90 dias.

Segundo o MP, as novas medidas se fizeram necessárias em razão de ter sido constatado, na primeira fase da operação, que os investigados, assim como pessoas relacionadas a eles, obtiveram informações privilegiadas e passaram a agir no sentido alterar e destruir provas, obstruindo o regular andamento das investigações, o que, em tese, configura os crimes de Fraude Processual e de Supressão de Documento.

Investigação

De acordo o MP, os atos lesivos foram praticados por meio da celebração de Termos de Fomento e de parcerias visando à realização de eventos festivos em Rondônia, em especial a Expoviola 2023, e as edições da Expovel de 2023 e 2024.

O trabalho investigativo é coordenado pelo Grupo de Atuação Especial de Defesa do Patrimônio Público e Combate à Corrupção, (GAEC), com apoio do Grupo de Atuação Especial de combate ao Crime Organizado (Gaeco) e do Centro de Atividades Extrajudiciais (CAEX).

Segundo a investigação, no ano de 2023, houve direcionamento na escolha de associação que firmou a parceria, por meio da Secretaria da Juventude, Cultura, Esporte e Lazer – Sejucel, no valor global de mais de R$ 9 milhões , para fins de realização da Expovel. Foi constatado que a entidade referida não estava apta para receber recursos públicos e tampouco possuía capacidade técnica para ser contemplada pela Administração Pública. A investigação apontou que a seleção da entidade do terceiro setor tratou de um subterfúgio a fim de beneficiar diretamente o presidente dessa entidade, que utilizou os eventos para contratar suas próprias empresas e para explorar economicamente camarote em evento que deveria ter entrada franca à população.

Para a realização da 13ª Expovel, edição 2024, verificou-se que foi contratada outra entidade sem fins lucrativos, mas que, de fato, era presidida por pessoa próxima a um agente do Estado, e que houve superfaturamento na contratação dos shows do evento, que custaram quase R$ 4 milhões para o Estado de Rondônia, além das outras despesas do evento. Em complemento a isso, há informações que apontam ter sido aplicado o mesmo modus operandi, inclusive com a cobrança de camarotes em evento exclusivamente financiado com recursos públicos, sem a destinação social efetiva dos recursos angariados.

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