sexta-feira, 05 de dezembro de 2025.

Em visita ao EXTRA, comandante-geral da PM de RO comenta agenda em Vilhena, ações contra o crime e rumores políticos: “sou movido a desafios”

Braguin, como é conhecido, afirmou que os casos de roubos reduziram e que não há previsão de concurso público
Coronel Regis Wellington Braguin Silverio / Foto: Extra de Rondônia

O Coronel Regis Wellington Braguin Silverio, comandante-geral da Polícia Militar do Estado de Rondônia, está na cidade de Vilhena para cumprir uma agenda oficial nesta semana.

Entre os compromissos previstos, destaca-se uma audiência pública nesta quarta-feira, 17, à noite, na qual participará para dialogar com a comunidade sobre segurança pública e estratégias de combate ao crime na região do Cone Sul. O evento será realizado às 19h, no auditório da Câmara Municipal de Vereadores.

Na quinta-feira, 18, o Coronel Braguin estará no auditório da Faculdade Favoo, onde se reunirá com pais, alunos e o Comando Militar, com o objetivo de fortalecer o ensino e as atividades dos Colégios Tiradentes.

Na manhã desta quarta-feira, ele visitou a redação do site de notícias Extra de Rondônia, oportunidade na qual comentou sobre assuntos de interesse relacionados ao trabalho de combate à criminalidade na região e esclareceu rumores políticos numa eventual candidatura ao governo do Estado.

Na entrevista, Braguin esteve acompanhado pelo Tenente-Coronel Cícero Rodrigues da Silva (Diretor de Comunicação Social da PM de RO), Tenente-Coronel do 3º BPM Ivan Cézar Vian. Confira, abaixo, a entrevista na íntegra:

 

EXTRA DE RONDÔNIA: Coronel, qual é o motivo de sua visita em Vilhena?

BRAGUIN: Hoje o maior motivo nosso é estar aqui para promover uma audiência pública. Vamos falar como a Polícia Militar está em sua forma de atuação na região de Vilhena. Não só no município, mas em todas as regiões onde nós temos os recursos que são do 3º Batalhão. O objetivo é mostrar o trabalho que está sendo feito. Os objetivos estão avançando, como redução de incidência criminal sobre roubos, furtos, tráfico, homicídio. Contextualizar sobre o nosso conhecimento sobre o crime organizado, para que a população entenda o quanto a gente está se preparando e combatendo essas mazelas do Estado.

 

EXTRA: Como está a criminalidade no estado de Rondônia, principalmente aqui na região do Cone Sul, em Vilhena?

BRAGUIN: Em relação aos últimos anos, principalmente de 2024 para cá, a gente vem em uma decrescente incidência. Estamos em uma expectativa de baixa de 17% aos índices de homicídio. Dessa forma, vemos que estamos conseguindo controlar essa incidência criminal. Os roubos, particularmente em Vilhena, estão margeando a 50% de queda; o furto a 30%. O tráfico aumenta na incidência. Por isso é que estamos apreendendo mais quilos de droga. São alguns contextos que a gente tem vivido e acompanhado em Vilhena para mostrar que o trabalho está no caminho certo. A Polícia Militar trabalha com as ferramentas que tem. Tropa disponível, procura prevenir ou reagir rapidamente. Mas, depois que reage rapidamente, ocorre a prisão, que gera um período de cadeia, mas a legislação é muito impotente, muito limitada.

Braguin em entrevista ao jornalista Orlando Caro / Foto: Extra de Rondônia

EXTRA: A população tem reclamado a respeito do pouco efetivo da Polícia Militar nas ruas. Há previsão de algum concurso público?

BRAGUIN: Não temos previsão ainda de concurso. É nosso desejo urgente. A Polícia Militar de Rondônia está com uma defasagem efetiva semelhante à média nacional. As Polícias Militares do Brasil estão com a mesma dor que a PM de Rondônia. Há necessidade de apresentar efetivo. Principalmente, essa necessidade do campo efetivo, que é onde a sociedade sente o acréscimo de efetivo que possa permitir a polícia ser mais preventiva. Ou seja, ela ficar mais em patrulhamento, em ostensividade, que é onde o cidadão vê.

Muitas das vezes, o cidadão não consegue ver esse policiamento ostensivo, preventivo, mas a gente está lá atacando, atendendo todas as ocorrências do chamado 190, desencadeando as operações para que essa incidência criminal não aconteça e trazer esses criminosos para responder na justiça.

O momento é que o Estado ainda não tem uma condição financeira para disponibilizar recursos para concurso. É um trabalho que o Governador planejou vários passos e escalonou investimentos na segurança pública. Começou com reformas de estruturação de quartéis e delegacias; investiu em parque tecnológico, ampliou o fluxo de progressão de carreira;  ampliou a qualificação interna para os policiais irem também se especializando, tendo mais condições, estarem mais atualizados com os seus procedimentos policiais; fechou com o realinhamento salarial. E faltou essa próxima pernada de investimento que se trata do concurso.

É um desejo dele e está consciente disso. Toda a equipe de governo está. O secretário é muito debruçado nisso. Mas precisamos respeitar a lei. E a lei fala que a gente só pode fazer investimento quando tem o orçamento suficiente para isso.

 

EXTRA: Em 2024, Vilhena recebeu oito totens e dois módulos. Eles têm ajudado muito a combater a criminalidade no município?

BRAGUIN: Eles ajudam, principalmente por duas vertentes. A primeira delas: a presença do totem avança a parte preventiva. Eu não consegui crescer em efetivo, mas consigo colocar um totem que significa um posto policial. Então, a nova leitura de posto policial na geração hoje são os totens, porque tenho alguém operando, vigiando, o sistema está fazendo a identificação, só que ele é mais completo.

Os totens são postos físicos avançados, tecnológicos, e, além de melhorar essa parte preventiva, também ajudam quando acontece da polícia precisar reagir. Uma atitude suspeita, passando por aquele local, uma placa que foi identificada de um veículo que pode ser furtado, roubado, ou um veículo que está sendo usado para cometimento de crimes. É uma ferramenta que ajuda o ciclo completo da segurança pública.

Também consegue ajudar a inteligência a fazer um cruzamento de dados informativos, mediante vigilância, identificação e incidência de rotas. Isso traz informação de qualidade para a atividade de inteligência se programar e reorientar a tropa num eventual combate mediante operações policiais, reforço de policiamento ou tarefa integrada com a Polícia Civil. Então, o totem é um investimento futurístico, é um investimento necessário e ele traz mais qualidade para a atividade policial.

Braguin acompanhado pelos colegas de farda na redação do site / Foto: Extra de Rondônia

EXTRA: Nos últimos meses, seu nome tem sido constantemente citado quando o assunto é política, inclusive, numa possível pré-candidatura ao governo de Rondônia. Essa intenção procede?

BRAGUIN: Olha, fico feliz porque meu nome foi mencionado. Não tinha nenhuma expectativa nesse sentido. Tenho um compromisso muito sério nessa atividade de comandante-geral porque é o sonho da minha carreira. E só tenho essa oportunidade. Não tenho pretensão de ficar muito tempo no comando-geral porque a gente tem uma turma jovem de coronéis. Dois, três anos de comando-geral já é bom para que o próximo coronel assuma, tenha também a sua parcela de crescimento no comando e contribua com o fortalecimento da PM.

O meu legado de carreira, fechando como comandante-geral, é deixar um trabalho muito destacado sobre combater bem o crime organizado no estado de Rondônia, onde sempre fui muito voltado a combater o crime violento, que para mim é uma coisa inaceitável: o uso de arma, o emprego de violência, o crime organizado. É uma decisão muito séria, estou muito comprometido com a função de comandante-geral. Vejo aqui a minha forma de servir bem à sociedade.

Lançar o nome na política não foi uma coisa que eu provoquei, foi uma coisa que aconteceu. Agora, vejo que todo homem é político por natureza. As suas relações no seu trabalho, na sua casa, por si só, também é uma parte política, e eu tenho essa leitura muito clara. O que posso dizer é que sou movido a desafios. Minha vida inteira foi assim. Então, eu me pauto sempre em novo desafio, mas o meu desafio agora não é falar de política, o meu desafio agora é comandar a PM.

EXTRA:  Qual é a mensagem que o senhor deixa para a população de Rondônia, e, principalmente do Cone Sul?

BRAGUIN: Não tem como trabalhar na segurança pública através de discurso. Se você não entregar resultado, você não faz bem o seu trabalho. E para a população de Vilhena, e o Cone Sul todo, quero dizer que esse comandante-geral tem sido muito comprometido com todo o estado de Rondônia, e sabe da importância do Cone Sul na economia, no desenvolvimento social, no crescimento e na prosperidade de cada cidadão rondoniense. Nós temos consciência disso. Por isso que a gente procura envidar todos os esforços.

Quero reafirmar o meu compromisso de estar próximo, de ter humildade para ouvir aquilo que precisa ser ouvido, para melhorar o serviço, entender o que a gente pode melhorar como servir e proteger a sociedade como polícia ostensiva.  Não é aceitável a presença do crime organizado, não é aceitável a presença de crime violento. E nesse sentido, nós vamos dar com sacrifício a própria vida, todos os recursos necessários para mudar essa realidade.

 

 

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