sexta-feira, 05 de dezembro de 2025.

Operação contra organização criminosa tem mandados cumpridos em Cerejeiras e outras cidades de RO

Ação conjunta do MP de RO e forças de segurança de quatro Estados visa desarticular grupo envolvido em crimes ambientais, extorsões e homicídios
Imagem: Divulgação

O Ministério Público do Estado de Rondônia (MPRO), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), com apoio do Núcleo de Análises Técnicas (NAT) e das Promotorias de Justiça de Nova Mamoré, Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Cerejeiras, deflagrou, nesta quarta-feira, 12 de novembro de 2025, a Operação Godos, com o objetivo de desarticular uma complexa organização criminosa envolvida em crimes de extorsão, esbulho possessório violento, crimes ambientais, tortura, furtos, roubos, homicídios, posse e porte ilegal de armas e ameaças contra proprietários e posseiros de terras na região de Nova Mutum Paraná, em Porto Velho.

A fase ostensiva da operação conta com apoio estratégico, logístico e operacional de diversas forças de segurança e órgãos públicos, entre eles a Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Técnico-Científica (Politec), Corpo de Bombeiros Militar, Força-Tarefa Integrada de Combate ao Crime Organizado (FTICCO), Secretaria de Segurança (Sesdec), Secretaria de Desenvolvimento Ambiental (Sedam), Departamento de Estradas de Rodagem (DER), além do Gaeco do Ministério Público do Mato Grosso e das Polícias Civis do Amazonas e Pará. Ao todo, mais de 500 agentes públicos participam da ação, incluindo promotores de Justiça, policiais, peritos e servidores administrativos.

Os mandados judiciais estão sendo cumpridos simultaneamente em quatro Estados: Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Pará. Em Rondônia, a operação abrange Porto Velho, Nova Mutum Paraná, União Bandeirantes, Nova Dimensão, Nova Mamoré, Buritis, Ji-Paraná, Guajará-Mirim, Jaru, Rolim de Moura, Mutum Paraná, Cerejeiras, Vila Nova Samuel, Candeias do Jamari, Cacoal, Costa Marques, Jacinópolis, Castanheiras e São Carlos.

No total, estão sendo cumpridos 50 mandados de prisão temporária e 120 mandados de busca e apreensão, expedidos pela 2ª Vara de Garantias de Porto Velho. Também foram decretadas medidas patrimoniais de sequestro, arresto e bloqueio de bens e valores que somam R$ 2,05 bilhões, correspondentes a danos materiais, ambientais e climáticos resultantes dos crimes. Trata-se da maior operação já realizada em Rondônia em uma única investigação, tanto pelo número de investigados quanto pelo montante bloqueado.

As investigações começaram em setembro de 2022, a partir de denúncia sobre um grupo armado e violento que agia na zona rural de Porto Velho, especialmente na região de Nova Mutum Paraná, praticando extorsões e tomando terras de forma ilegal.

O grupo utilizava ameaças e armas de fogo, inclusive de uso restrito, para obrigar vítimas a transferirem propriedades rurais sob coação, simulando contratos de cessão onerosa. As vítimas sofriam intimidações e danos materiais, como destruição de bens e furtos de maquinários e animais.

A atuação da organização envolvia ainda exploração ilegal de recursos naturais e lavagem de dinheiro por meio de “laranjas”, empresas de fachada e transações imobiliárias fraudulentas. Segundo o MP, o grupo desmatou ilegalmente cerca de 25 mil hectares, o equivalente a 35 mil campos de futebol.

Um levantamento bancário autorizado pela Justiça apontou que os investigados movimentaram mais de R$ 110 milhões entre 2020 e 2025.

O Ministério Público de Rondônia reforçou, em nota, seu compromisso com o combate ao crime organizado e a defesa da ordem jurídica e dos interesses da sociedade.

 

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